“Lembro do dia que você nasceu, quando ganhei uma linda irmã dos cabelos encaracolados, você sempre foi muito linda, com passar dos anos crescemos juntos, brigamos, viajamos, surfamos, e tudo isso fez parte de nossa história, você veio ao mundo para nos trazer luz e alegria”, escreveu Felipe Anelli, em sua conta no Instagram.
Felipe, que também é palmeirense, conta que Gabriela foi importante em momentos de dificuldade e que descobriu somente hoje que a irmã havia deixado uma carta para ele.
“Nos meus maiores momentos de dificuldade, fiquei sabendo hoje mesmo com você partindo, que você havia feito uma carta para mim, pedindo a Deus para que eu terminasse a minha faculdade, obrigado, pois sei que a força que você passou me ajudou”, continuou. “No último domingo, foi a última vez que te vi, e naquele dia eu disse que te amava, e algo que eu não expresso muito em palavras, porém em meus pensamentos nunca deixei de orar e pedir proteção a você. Te amo muito e que você possa estar ao meu lado, olhando por nossos pais, por nossa família e amigos. Te amo demais, Gabi. Você estará para sempre em meu coração”, completou.
BRIGA E MORTE
Gabriela Anelli, de 23 anos, morreu nesta segunda-feira de manhã depois de ser ferida durante uma briga entre torcedores do lado de fora do Allianz Parque, no sábado, na partida do Palmeiras com o Flamengo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, (SSP) ela foi atingida por uma garrafada no pescoço e levada em estado grave ao Hospital Santa Casa, no centro da cidade, mas não resistiu aos ferimentos. Os familiares da torcedora chegaram a fazer uma campanha na redes por doações de sangue para ajudá-la.
De acordo com informações da SSP, Gabriela foi ferida em confusão nas proximidades do portão C, na rua Padre Antônio Tomas, perto da entrada de visitante. Havia uma divisão de metal separando as torcidas e os flamenguistas jogaram garrafas e pedras por cima dessa proteção. Uma outra briga entre palmeirenses e flamenguistas, na Rua Caraíbas, foi contida com a ação da Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral e gás de pimenta. A partida precisou ser paralisada por duas vezes porque jogadores e torcedores nas arquibancadas ficaram com os olhos irritados.
César Saad, titular da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), informou que o suspeito de cometer o crime foi identificado como Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos. Ele declarou ser membro de uma organizada do Flamengo, mas teria ido ver o jogo sozinho. Segundo o delegado, o suspeito teve o flagrante convertido em prisão preventiva pela Justiça e vai responder por homicídio doloso consumado.