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Casos de dengue sobem a 10.702

GENILTON J. VIEIRA/IOC-FIOCRUZ/DIVULGAÇÃO

Ribeirão Preto ultrapas­sou o total de casos de den­gue registrado em 2022. As 10.702 ocorrências de 2023 estão 43,03% acima das 7.482 do ano passado. São 3.220 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e da febre chikun­gunya – a mais. A situação preocupa porque os dados compreendem um período pouco superior a seis meses, entre 1º de janeiro e a última quinta-feira, 6 de julho.

A cidade já enfrenta nova epidemia, mas com a chegada do inverno e do clima seco, houve desaceleração no muni­cípio. Já são sete mortes em de­corrência da doença em 2023, três em março, duas em abril e duas em maio. Os dados do painel da pasta mostram que o município soma 4.473 casos a mais que os 5.970 dos cinco primeiros meses do ano pas­sado, alta de 79,26%. A média em 2023 é de 58 por dia, um a cada 25 minutos.

Em uma semana foram confirmadas mais 259 vítimas do vetor, ante 431 do período anterior. Ainda há 19.362 em investigação. Ribeirão Preto fechou 2022 com 20 ocorrên­cias diárias, em média. O vo­lume de chuva bateu recordes no município no verão e início de outono. Somado à falta de atenção e cuidado da popula­ção, propiciou o surgimento de criadouros e a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

São 401 casos de dengue em junho, 455 a menos que os 856 do mesmo mês do ano passado, queda de 53,15%. Na comparação mensal, a tendência é de queda com a chegada do outono e inverno, estações mais secas. São 2.276 a menos que os 2.677 de maio, recuo de 85,02%. Abril soma 3.841 registros. Em julho são cinco ocorrências.

O município teve 400 em janeiro, 888 em fevereiro e 2.490 em março. O número de casos de dengue no ano passado, em Ribeirão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.482 vítimas do mosquito Aedes aegypti, contra 360 de 2021. São 7.122 a mais em 2022 e alta de 1.978%. Os números mudam toda semana.

Alerta
O aumento de casos da do­ença acende o sinal de alerta na cidade. Em 2021, o núme­ro de casos despencou em Ri­beirão Preto, na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Boletim Epidemio­lógico, divulgado pela Secre­taria Municipal da Saúde, em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos.

Faixa etária
A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue havia sido há três anos, na primeira metade de 2020, a sexta em pouco mais de uma década. Na época, a média diária de pessoas diagnostica­das com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora.

Neste ano, das 10.702 víti­mas, 3.843 pessoas têm entre 20 e 39 anos, outras 2.644 es­tão na faixa dos 40 a 59 anos, 1.773 estão entre 10 e 19 anos, 1.262 têm mais de 60 anos, 839 são crianças de 5 a 9 anos, 284 têm entre 1 e 4 anos e 57 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 3.605 casos na Zona Leste, 2.590 na Oeste, 1.671 na Norte, 1.574 na Sul e 1.224 na Central, além de 38 sem identificação de distrito.

Chikungunya
Em 14 anos, Ribeirão Pre­to já registrou 159.534 casos de dengue. Em 2021, teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram cinco ocorrências, quatro importa­dos. Neste ano são 56 casos, doze importados.

Não há casos de zika ví­rus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano. Em 2019, a cidade registrou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totalizando 83 des­de então. Não há ocorrên­cias nos três últimos anos. Oitenta por cento dos focos de dengue estão dentro das casas da cidade. A prefeitura tem realizado vários muti­rões para recolher criadou­ros do vetor, mas a popula­ção tem de colaborar.

A Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde tem visitado imóveis e realizado mutirões em todas as regiões da cidade, orientando mo­radores sobre o risco de dei­xar a céu aberto recipientes que possam acumular água e servir de criadouro do Ae­des aegypti, além de recolher material inservível. Porém, para acabar com a dengue a população tem que colaborar.

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