Estou com um débito de “obrigado” para com duas pessoas: o empresário Luiz Octavio Junqueira Figueiredo e Adriana Silva, ambos de Ribeirão Preto.
Aliás, o “obrigado” é usualmente tão leve, apesar de sincero, que não esgota a gratidão, que fica expressa.
Afinal, ele, assinando um elegante cartão, e ela, enviaram-me três livros, os três prefaciados por ele, e dois coordenados por ela, quando não se apresenta com a maioria dos textos, como o das Histórias de Vida – homens e mulheres que marcaram seu tempo (São Franciso Gráfica e Editora, 1ª Edição, 2020) reunindo personagens e as suas marcas digitais deixadas em várias profissões, como por exemplo, a do jornalista Antônio Machado Santana, Embaixador de Ribeirão Preto, a de Candido Portinari – o gigante menino de Brodoswki, o texto sobre o Prof. Zeferino Vaz e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, a narrativa sobre Nelson Rockefeller – A agricultura do Brasil Agradece, o texto de Maurílio Biagi – De semeador do sertão a formador de homens, a narrativa sobre Saulo Ramos, o jurista poeta. No texto de Candido Portinari a dupla é com Monica Oliveira.
Os dois outros volumes inclusos na denominação “café com Açúcar”, um é de autoria da Adriana Silva, e o outro “Café com açúcar” é assinado por Lilia Rodrigues de Oliveira Rosa e Sandra R. Molina, que celebram as plantas que mudaram o rumo dos ventos econômicos, familiares e pessoais, de tantas famílias, cujos nomes de seus descendentes podem servir de curiosidade à captura da histórica construção, sempre vagarosa, daquilo que se tornou imensas plantações do café, depois com a sucessão das torres das usinas de cana de açúcar.
Nossa cidade tem muitos historiadores. Não conheço todos, mas posso citar Júlio José Chiavenato, Rubens Cione, José Antônio Lages, Thomas W. Walker e Agnaldo de Santos Barbosa, sendo que destes últimos a obra é traduzida por Mariana Carla Magri.
Mas nessa plêiade o nome de Adriana Silva particularmente ela, e as pessoas que trabalharam nesses livros estão alinhadas na primeira linha dos valores culturais que enaltecem nossa cidade e região.
Quando reservo o particularmente para Adriana Silva, é por mérito dela, já que, no íntimo e nas cercanias dos livros dela e de outros escritos seus, que não são poucos, respira-se um ar de realidade histórica permanentemente. Basta o seu programa semanal que relata o nascimento, a construção, os costumes, o trabalho, os artistas e sua produção, a economia, os museus, os monumentos e os prédios históricos de cada cidade de nossa região administrativa. Uma vez ouvi, em seu programa radiofônico, o seu testemunho direto de uma cidadezinha do Rio Grande do Sul nesse garimpo incansável de desvendar completamente o ontem.
Afinal, escrever sobre a história das pessoas e das cidades não representa sugestão para que se saiba só de datas e nomes. Escrever sobre essa história é trazer à luz a sociologia do período, que pontua as lutas coletivas através do esforço individual, de pessoas distinguidas com essa força de liderança que sabe ser ora condutor, ora conduzido, ou incentivador ou incentivado.
Vigora em cada painel dos livros a força de realização que uma época produziu, como sua marca, em tais e quais relações sociais que nela imperaram. Escrever sobre a história das pessoas e das cidades é revelar o que prevaleceu como fruto do amor à vida, e o caminho que cada caminhante caminhou no seu caminho.
Por fim, celebro essa dupla, cada um a seu modo, Adriana e Luiz que se dedicam a deixar gravado, nas paredes do presente, a construção de nosso passado.
O ato gerador do agradecimento data de meses. Justo assim que se aplique o índice subjetivo do equivalente a uma correção, que não é, nem pode ser, monetária.