BATALHÃO, SENTIIIDOOO
Em uma cidade da região, há algum tempo, na cadeia pública havia a tradição de calouros para ingresso na Polícia Militar realizarem exercícios no pátio central e até nos corredores junto às celas. Os jovens trajando uniformes esportivos corriam no cadenciado com o comandante, também novinho, dando a palavra de ordem. Todos respondiam conforme a voz do mando determinava. Tais exercícios perduraram por muitos meses, pois os recrutas auxiliavam na missão da guarda da cadeia aumentando o efetivo e deixando os veteranos menos cansados.
MUDANÇAS
No mês em que os recrutas iriam se inserir na tropa, como solenidades e diplomas e outras coisas, um dos presos bolou um plano para fugir em um grupo também de 11 componentes. Nos horários “do sol” em que os detentos saem para alguns jogos e receber os raios solares, ele passou o plano para os colegas. Se prepararam, com voz de comando e tudo. Os uniformes foram levados pelos parentes em dias de visita.
NA SEGUNDA-FEIRA
Na segunda-feira, dia meio morno, todos eles se aprontaram e copiaram toda a ação dos recrutas. Voz de comando determinando a formação do grupo. Palavra de ordem para os exercícios se iniciarem e a atividade. Percorreram os corredores diante das celas, passaram pelo pátio onde realizaram manobras típicas militares e partiram para a porta, onde o sentinela já estava acostumado a referidas atividades esportivas. Diante do portão principal, o “comandante fajuto” apimentou e gritou “Sentiiiidooo”. O sentinela apressou-se em abrir as portas por onde onze presos fugiram como se fossem recrutas militares. Ao ganharem a rua, todos partiram para lugares diferentes. Quando descobriram a armação, já era tarde. Os presos que não eram recrutas se escafederam…