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Servidores estaduais – Profissionais da saúde prometem parar

PEDRO VENTURA/AGÊNCIA BRASÍLIA

Os trabalhadores da área de saúde do Estado de São Paulo vão parar por 24 horas nesta quarta-feira, 28 de junho, com o objetivo de garantir a recom­posição salarial de 50% para todas as categorias, aplicação do piso salarial da enferma­gem, reajuste de R$ 43,27 no vale-refeição e aumento real de 5% sobre os vencimentos, en­tre outras reivindicações.

Ribeirão Preto
Em Ribeirão Preto, o pro­testo será realizado a partir das sete horas da manhã, em fren­te às Unidades Campus (Vila Monte Alegre) e de Emer­gência (Centro) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A cidade tem cer­ca de 5.600 trabalhadores da saúde ligados ao Estado, no HC e no Hospital Psiquiátrico Santa Teresa.

Governador
O evento é coordenado pelo Sindicato dos Trabalha­dores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaú­de-SP). A entidade afirma que o percentual de 50% se refere à perda inflacionária nos úl­timos dez anos. Além disso, argumenta que é o mesmo índice que foi concedido ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao vice e aos secretários de Estado.

A categoria avalia que apli­car o mesmo índice “é mais do que justo” para recompor o poder de compra daqueles que colocaram suas próprias vidas e de suas famílias em ris­co durante a crise sanitária de covid-19, e que se dedicam du­rante toda a trajetória profis­sional ao cuidado do próximo e a salvar vidas.

Com mais de 30 anos de existência o SindSaúde repre­senta as trabalhadoras e os trabalhadores da saúde públi­ca, vinculados ao governo do Estado de São Paulo, sejam eles estatutários e/ou contra­tados via Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), como os trabalhadores das autar­quias, fundações ou institutos.

Isonomia
A categoria quer também a garantia de isonomia de todos os aposentados, esten­dendo os reajustes concedi­dos aos trabalhadores ativos também para os aposentados com e sem paridade. Pede ainda a abertura de novos concursos públicos tanto para os equipamentos da admi­nistração direta e autarquias estaduais do setor da saúde.

Defende jornada de 30 horas para autarquias, assim como já foi aprovado em 2013 para os trabalhadores dos setores administrativos de equipamentos geridos pelo próprio estado. O SindSaúde quer a aplicação do Piso Na­cional da Enfermagem para contratados tanto da admi­nistração direta, autarquias, trabalhadores municipaliza­dos e aposentados com pari­dade. Diz que medida é para que nenhum profissional da enfermagem tenha prejuízo.

Piso
A entidade cobra que o governo estadual aplique o novo valor do piso. Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos So­cioeconômicos (Dieese), o estado mais rico do país tem verba para isso, sem a neces­sidade de repasse do gover­no federal.

O Supremo Tribunal Fede­ral (STF) deve finalizar na pró­xima sexta-feira, 30 de junho, o julgamento sobre a liberação do pagamento do piso nacional da enfermagem. O pagamento foi liberado em maio pelo re­lator, ministro Luís Roberto Barroso, mediante a aplicação de uma série de especificações e condicionantes.

O pagamento do piso foi suspenso pelo STF no ano pas­sado. A justificativa para a sus­pensão foi que a legislação não previa fonte de custeio para os pagamentos, afetando direta­mente o orçamento de muni­cípios e estados, por exemplo. Pela decisão de Barroso que liberou o pagamento, estados e municípios devem pagar o piso nacional da enfermagem nos limites dos valores que re­ceberem do governo federal.

A ordem foi proferida após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter sancionado a abertura de crédito especial de R$ 7,3 bilhões para o pagamen­to do piso. Segundo as unidades federativas, contudo, o impacto nas contas locais é de R$ 10,5 bilhões, mais do que o previsto para suplementar o pagamento.

O novo piso para enfermei­ros contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de R$ 4.750, conforme definido pela lei nº 14.434. Técnicos de enferma­gem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375). O piso vale para trabalhadores dos setores público e privado.

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