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Cães policiais podem ter seu dia

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Um projeto de lei em aná­lise na Assembleia Legisla­tiva do Estado de São Paulo (Alesp) quer instituir o dia 15 de junho como Dia do Cão Policial. De autoria da de­putada Letícia Aguiar (PP), a proposta está tramitando pelas comissões e somente depois de receber parecer favorável delas será levada a votação em plenário.

O projeto tem como objeti­vo reconhecer o trabalho des­ses heróis de quatro patas. A data escolhida é o dia da morte do cão policial “Cabo Dick”, maior herói do canil da Polícia Militar do Estado de São Paulo (ver nesta página).

Considera-se cão policial o animal canino adestrado especificamente para auxiliar a polícia e outras Forças de Segurança Pública, destinado às ações de detecção e faro de drogas e explosivos, localiza­ção de pessoas desaparecidas, captura e imobilização de sus­peitos, socorro, salvamento e policiamento em geral.

O cão policial auxilia em muitas funções, seu treina­mento dura dois anos, para que logo esteja nas ruas ajudando a PM paulista e as Guardas Mu­nicipais a encontrar drogas, armas, explosivos e pessoas desaparecidas. Assim como os seres humanos, os cães tam­bém contam com um período máximo de tempo para prestar serviços, 10 anos, e ganhar o direito a uma aposentadoria, mais do que merecida!

Se o projeto for aprovado e transformado em lei pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anualmente, no dia 15 de junho, as Forças de Segurança poderão reali­zar eventos com atividades e apresentações públicas, com o objetivo de divulgar e homena­gear o trabalho desenvolvido pelos cães policiais.

ARQUIVO PÚBLICO

A história do ‘Cabo Dick’
Em 1953, um filhote de pastor alemão foi abandonado na porta do Canil da Polícia Militar de São Paulo. O cachorro foi adotado pelos policiais, recebeu o nome de Dick e foi treinado para que pudesse integrar a equipe da Polícia Militar. Os militares da época percebe­ram a aptidão de Dick para os trabalhos policiais logo nos primeiros treinamentos.

Assim, Dick passou a integrar as equipes que participavam das ocorrências e seu desempe­nho era considerado excelente durante as atividades, como buscas por objetos desapareci­dos ou procura por explosivos. Cada cachorro era parceiro de um membro da polícia, que era responsável por cuidar do ani­mal e acompanhá-lo nas ações. O companheiro de Dick era o soldado José Muniz de Souza.

Em 1956, um aviso do então governador de São Paulo, Jânio Quadros, causou temor entre os policiais que atuavam no canil. Com o objetivo de contenção de gastos, o governador ameaçou fechar o local, que era conside­rado por muitos como algo su­pérfluo. Havia quem defendesse que os gastos com alimentação e cuidados com os cachorros que integravam a equipe da PM não traziam o retorno esperado.

No mesmo período, o desapare­cimento de uma criança ganhou as manchetes de noticiários do país. O pequeno Eduardo Bene­vides – Eduardinho – de pouco mais de três anos, foi raptado enquanto estava na porta de sua casa, na rua Senador Casimiro da Rocha, no município de São Paulo.

Duzentos policiais, comandados por 10 delegados fizeram uma força-tarefa para procurar pelo garoto, mas mesmo com buscas intensas, nada parecia trazer respostas sobre o paradeiro da criança. Para que pudessem auxiliar nas buscas, os cães da Polícia Militar sentiram o cheiro de um travesseiro usado somen­te pelo menino.

No terceiro dia, enquanto farejava uma área de mata no bairro da Água Funda, Dick ficou agitado e latiu intensamente, levando o soldado Muniz de Souza a uma cova com um metro e meio de profundidade, coberta com uma folha de zinco. Lá o garoto foi encontrado, estava assustado, sujo, com as roupas esfarrapadas, mas vivo. Ele foi resgatado e encaminhado para receber os atendimentos médicos necessários.

O resgate de Eduardinho cau­sou comoção. O governador recomendou a promoção do soldado Muniz de Souza a cabo. O cão Dick também ganhou sua promoção e hoje é conhecido como o “Cabo Dick”. O principal pedido da família do menino ao governador, diante do desem­penho de Dick no resgate, foi que o canil não fosse extinto. E assim, as autoridades da época entenderam a importância do canil e do uso de cães em ações policiais.

Dick e Muniz também eram par­ceiros fora do cotidiano policial. Com frequência, o policial levava o cachorro para a casa de sua família. Em 15 de junho de 1959, Cabo Dick não resistiu a uma grave hepatite e morreu. Ganhou um busto e placa de bronze à porta do Canil Central da Polícia Militar do Estado de São Paulo no bairro do Tremembé e é considerado um dos maiores símbolos da instituição.

Em 2016, Cabo Muniz morreu após ter um acidente vascular cerebral, aos 88 anos. Ele foi homenageado por membros do canil. Muitos cães da PM acompanharam o enterro, para homenageá-lo. Os animais uivaram muito no momento em que enterraram o caixão. Segundo sua família, a história com o pastor alemão foi uma das que ele mais se orgulhou durante a sua carreira na Polí­cia Militar.

O Canil Central nunca foi fecha­do e a cada ano se aperfeiçoa, sendo uma das principais forças no policiamento do Estado. Fun­dado em setembro de 1950, atu­almente, conta com um efetivo de 174 policiais militares, sendo 20 mulheres. Os cães policiais atuam em diferentes atividades policiais no Estado, auxiliando no combate à criminalidade, na busca de pessoas desapa­recidas, no controle de presos rebelados em penitenciárias, na localização de artefatos explo­sivos, bem como auxiliando a Polícia Federal e outros órgãos de segurança em operações específicas.

Canil da GCM de Ribeirão é referência na busca por drogas
Com sete anos de atuação, o Ca­nil da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Ribeirão Preto possui, atualmente, sete cães (Apache, Black, Conan, Fenrir, Hope, Odin e Venon). Destes, seis são especializados em situações de tráfico de drogas, em que o faro apurado facilita encontrar os entorpecentes, e um (Hope) especializado em encontrar pessoas desaparecidas.

CCS

As ocorrências registradas neste ano com atuação do canil foram de tráfico de entorpecentes, em sua maioria, mas também de roubo, furto, danos ao patrimônio, encontro de veículos, agressão e lesão corporal, com a apreensão de 233 quilos de maconha, 785 gramas de crack e 7,2 quilos de cocaína, ecstasy, LSD e pés da planta Cannabis Sativa.

Além dessas drogas, diversos itens foram apreendidos pela equipe do Canil, como dinheiro, balanças de precisão, plásticos para embalar drogas, celulares, chave mixa, facas, armas, simu­lacros de armas, cartuchos de vários calibres, rádios transmis­sores, bicicletas e motos.

No ano passado, foram efetu­ados 37 boletins de ocorrência e 20 prisões em flagrante com a participação do Canil. As ocorrências foram de tráfico de entorpecentes, em sua maioria, como também de roubo, furto, danos ao patrimônio, encontro de veículos, agressão e lesão corporal.

O Canil da GCM realiza patrulha­mentos preventivos em praças, parques e próprios públicos auxiliando no combate ao co­mércio ilegal de entorpecentes e se deparando com situações anormais é realizada a averigua­ção além de operações conjun­tas com o Ministério Público com o mesmo objetivo, e além de averiguar também denúncias realizadas pelos telefones 153 e (16) 3632-4747.

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