Segundo o balanço mais recente divulgado pela Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) ligado à Secretaria Municipal da Saúde –, Ribeirão Preto fechou o ano passado com 1.808 ocorrências envolvendo ataques de escorpião, média de quase cinco por dia, um a cada quatro minutos e 48 segundos.
São 169 a mais e alta de 10,31% em relação aos 1.639 de 2021. Já são 712 em cinco meses deste ano – 159 em janeiro (maior volume), 147 em fevereiro, 152 em março, 113 em abril e 141 em maio, alta de 24,78% em relação ao período anterior, 28 a mais.
A quantidade de casos neste ano já é 4,25% superior às 683 ocorrências em cinco meses de 2022 – 105 no primeiro, 133 no segundo, 172 no terceiro, 161 no quarto e 112 no quinto mês. São 29 a mais em 2023, média de quase cinco por dia.
Em 2022
No ano passado, outubro (187) e dezembro (177) foram os meses com maior número de picadas, seguidos por março (172). O mês mais tranquilo de 2022 foi janeiro, com 105. Desde 1º de janeiro de 2020 e até o dia 31 de maio foram registrados 5.827.
Desde 2012, o maior volume de ataques foi registrado em novembro de 2019, quando 203 moradores de Ribeirão Preto tiveram de procurar atendimento por causa do aracnídeo. Junho, julho e dezembro de 2014 e fevereiro e abril de 2018 são os períodos mensais com menos ocorrências: seis em cada.
O ano com menor número de ataques foi 2014, com 128, seguido por 2013, com 144. O mais perigoso até agora é 2022. Depois vem 2020, o primeiro ano da pandemia de coronavírus, com 1.668, quando muita gente ficou em casa por causa do lockdown. Em 2019 foram 1.534.
Desde 2012
Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e da Devisa. Desde 2012, Ribeirão Preto já registrou 9.264 ocorrências envolvendo escorpiões, duas por dia. Porém, até 2019, quando foram constatados 1.534 casos, não havia ultrapassado a barreira dos três dígitos.
Mortes
Em pouco mais de onze anos, foram constatados, em Ribeirão Preto, quatro óbitos em decorrência de picadas de escorpião: um em 2018, outro em 2020 e mais dois em 2021, segundo os dados da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. As vítimas eram crianças com idade entre 3 a 8 anos.
Mais comum
A espécie de escorpião mais comum nas cidades é a “Tityus serrulatus”, conhecido como “escorpião amarelo”. Trata-se de um tipo urbano, frequentador de esgotos ou redes pluviais, e considerado o mais perigoso da América Latina. Para não correr risco de morte, a pessoa tem de ser atendida em, no máximo, quatro horas.
É preciso tomar soro contra o veneno e analgésico para aliviar a dor. A Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde informa que em todo caso de acidente com animal peçonhento a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação médica.
Caso seja necessário, o posto ou hospital deverá encaminhar o paciente para avaliação da toxicologia e necessidade de aplicação do soro antiescorpiônico, de acordo com a gravidade. O período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões.
O clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos. Eles habitam o meio urbano e se alimentam principalmente de baratas, portanto, são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo. Se escondem em calçados e sobem em camas.