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Varejo reivindica vaga para cargas

ALFREDO RISK

Lojistas da avenida Sau­dade e da rua São Paulo, nos Campos Elíseos, Zona Norte, onde há corredores de ônibus recém-implantados, reclamam de falta de espaço para carga e descarga de mercadorias. Os comerciantes têm encontrado dificuldade em efetuar o proce­dimento porque, desde a inau­guração das faixas exclusivas do transporte coletivo urbano, a parada para este tipo de serviço é proibida nestes locais.

A Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) diz que este tipo de serviço deve ser feito nas ruas transversais. Porém, os lojistas di­zem que não há vagas nestas vias no horário em que os caminhões chegam para carregar ou descar­regar mercadorias. Em alguns trechos da Saudade essas ativida­des são permitidas do lado onde não há faixa exclusiva.

Porém, alguns produtos têm peso excessivo e podem colocar em risco a vida dos motoristas e ajudantes que precisam atra­vessar a movimentada avenida, além de atrapalhar o trânsito Eles procuraram o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDLRP).

Outras entidades também pedem à Transerp que flexibi­lize o horário da faixa exclusiva do transporte coletivo, como já ocorre na avenida Dom Pedro I, no Ipiranga, também na região Norte, onde houve adaptação à regra dos corredores de ônibus.

No Ipiranga, a faixa é exclu­siva para ônibus apenas de se­gunda a sexta-feira, das seis às nove horas da manhã e das 16 às 19 horas. Ou seja, nos horários de pico. Aos sábados, domingos e feriados também não há res­trições. Segundo o Sincovarp e a CDL RP, essa medida tem se mostrado eficiente e assertiva.

Na região do calçadão cen­tral, por exemplo, há o bolsão da Esplanada do Theatro Pedro II, onde é permitido o acesso de ve­ículos para carga e descarga até as dez horas. Quando esse pro­cedimento precisa ser feito em vias convencionais, em trecho de estacionamento aberto para o público, o grau de dificuldade é muito grande, mesmo problema dos Campos Elíseos.

Na quarta-feira, 31 de maio, as entidades de classe protoco­laram, na prefeitura de Ribeirão Preto, pedido para que a Tran­serp reavalie a regra de funcio­namento dos corredores de ôni­bus no que diz respeito à carga e descarga, mas a empresa diz que no momento não haverá altera­ção (leia nesta págna).

O objetivo é definir um pro­cedimento de consenso para minimizar prejuízos aos comer­ciantes da Saudade, São Paulo e demais vias que sejam atingidas pelo problema. Pedem ainda que essa demanda seja ponto de aten­ção importante em relação ao corredor do quadrilátero central.

Em 2 de maio, a Transerp passou a autuar o motorista que trafegar no corredor de ônibus das avenidas Saudade e Brasil e rua São Paulo, nos Campos Elíseos, Zona Norte da cidade. Na rua São Paulo, o motorista pode trafegar pela faixa, mas não pode parar e causar confusão no trânsito.

Além de pagar a multa de R$ 293,47, o motorista infrator ain­da ganha sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O Código de Trânsito Brasileiro diz que transitar pela faixa ex­clusiva de ônibus é considerada infração gravíssima.

O corredor de ônibus da ave­nida Saudade tem 5,28 quilôme­tros de extensão, além de mais de 2,5 km de ciclovias. A obra começa no cruzamento com a rua México, na Vila Carvalho, trecho em que a via recebe o nome de avenida Brasil, e ter­mina no cruzamento da Doutor Francisco Junqueira.

Combo
Na rua São Paulo, que segue paralela, o equipamento começa na rua Fernão Sales, no Cemité­rio da Saudade, e segue também até a Francisco Junqueira. Jun­tos, os corredores da Saudade e da Dom Pedro I têm cerca de onze quilômetros de extensão.

Segundo a Transerp, bene­ficiam cerca de 19 mil usuários do transporte coletivo. Cerca de 160 mil veículos passam pe­los dois trechos mensalmente. Aproximadamente 2.000 veícu­los trafegam todos os dias pela rua São Paulo e avenidas Sau­dade e Brasil, enquanto outros 1.800 circulam diariamente em cada sentido da Dom Pedro I.

Valores
Os corredores de ônibus da Saudade e Dom Pedro começa­ram a ser construídos em janei­ro de 2020, com previsão de tér­mino para fevereiro de 2021. No total, o investimento da prefei­tura de Ribeirão Preto nas obras foi de R$ 49.804.623,71.

A Coesa Engenharia ven­ceu a primeira licitação por R$ 39.740.679,60, mas o con­trato foi rescindido. Recebeu R$ 19.747.263,07 pelo trecho concluído, cerca de 50%. A Autem Engenharia venceu o novo processo licitatório e receberá R$ 30.057.360,64. O corredor de ônibus da avenida Dom Pedro I tem 5,53 quilô­metros de extensão.

Transerp descarta readequação agora
A prefeitura de Ribeirão Preto emitiu nota para responder às solici­tações dos lojistas, mas antecipa, por meio da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano (Transerp), que os corredores de ônibus da avenida Saudade e da rua São Paulo foram recém-inaugurados e não há previsão de alteração no projeto.

“Conforme a Secretaria Municipal de Obras Públicas, as adequações viárias realizadas pelo Programa Ribeirão Mobilidade, inclusive a su­pressão de estacionamentos em algumas vias (para tornar possível a criação de pista exclusiva para o transporte coletivo), são medidas necessárias para atender a totalidade da população: usuários de ônibus, motoristas de veículos de passeio e de carga”, diz.

“Com o aumento da população e da economia, que gera um fluxo ainda mais intenso de usuários e veículos da Região Metropolitana circulando diariamente em nossa cidade, é natural que adequações sejam feitas, gerando, como sempre, mudanças. Também é natural que, no início das adequações, as mudanças gerem desconforto para grupos específicos de usuários”, informa no comunicado.

“No entanto, com as transformações que o programa Ribeirão Mobilidade trará, a prefeitura espera tornar os espaços públicos e de circulação coletivos cada vez mais democráticos, servindo da melhor forma possível a todos: empreendedores, consumidores, usuários do transporte público e individuais dos mais diferentes modais, inclu­sive as bicicletas, com a implantação das ciclovias e, ainda mais amplamente, de um plano cicloviário que em breve deve colaborar para estimular ainda mais este modal saudável e ecológico.”

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