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A bicicleta

A frota de bicicletas existente no mundo é o dobro do número de automóveis que circulam pelo planeta. Destinam-se a condução, trabalho, lazer, esporte e estão em todos os países, em todos os continentes. Recebem atualmente atenção especial dos governantes, que estimulam seu uso, provendo as cidades com ciclovias e vias especiais para seu trânsito.

Meio de transporte acessível, de fácil manutenção, ágil no trânsito e excelente instrumento para a saúde, a bicicleta recebeu, recentemente, a atenção do jornalista e escritor norte americano, Jody Rosen, que editou excelente obra já traduzida para o português, sob o título de “A Vida em Duas Rodas”.

O livro é bastante interessante pois conta a história da bicicleta, inserindo-a em períodos históricos bem definidos. Quem o lê pensando somente em saber quando e onde ela foi criada, acaba adquirindo uma visão histórica de sua evolução e importância na área de transporte e recreação.

O começo do século XIX assistiu ao surgimento de um novo meio de transporte, quando se colocaram duas rodas unidas por uma tábua em forma de assento, inventando-se uma protobici­cleta, o velocípede. Não tinha pedais, engrenagens, correntes e movia-se pelo movimento das pernas do usuário. Foi um tre­mendo sucesso, porque os homens chiques da época o adotaram para substituir o cavalo, em suas andanças e em suas corridas.

Vários certames ocorreram na França e Inglaterra. Embora valiosos prêmios fossem oferecidos ao vencedor, o que valia mesmo era aparecer dirigindo em alta velocidade o leve e mo­derno veículo, bem vestido em roupa refinada.

Às mulheres, o velocípede foi, durante muito tempo, inaces­sível em virtude de o usuário se sentar com as pernas abertas. Somente quando as primeiras jovens começaram a usar calça comprida (um escândalo, na época ) é que elas começaram a usufruir do novo veículo.

Um veterinário escocês, John Boyd Dunlop, preocupado com as queixas do seu filho pequeno acerca do desconforto transmitido pelo atrito das rodas de borracha sólida no pavimento, inventou a câmara de ar, que não só revolucionou o seu uso no velocípede, como preparou a sua utilização futura nos automóveis.

A bicicleta no formato que conhecemos hoje surgiu em 1839, quando o ferreiro escocês Kierkpatrick MacMillan colo­cou pedais, correntes, quadro de metal no velocípede, dando uma nova dimensão ao meio de transporte.

O autor narra alguns fatos interessantes sobre a bicicleta, em capítulos agradáveis de se ler. Destaco o intenso uso da bicicleta, na virada do século, quando se descobriu ouro no no­roeste do Canadá e ela foi o grande meio de chegada às minas; e seu uso militar, que começou na Guerra Franco-Prussiana de 1870 e se estendeu até a primeira Guerra Mundial, quando era usada para transporte de pessoas e suprimento às tropas, graças a sua versatilidade, fácil manutenção e não necessidade de combustível.

Contínuos aperfeiçoamentos transformaram-na em máqui­na moderna, como o câmbio de diversas marchas, que facilita o uso da força e o levíssimo peso das mesmas, em sua versão para corridas.

Os dias atuais foram testemunha do surgimento da bicicleta compartilhada, em grandes centros urbanos, como São Paulo, sistema que permite ao usuário, desde que cadastrado em um site, pegá-la num ponto, usá-la e deixá-la em outro.

Para trabalho, transporte, esporte ou lazer, a bicicleta se integrou na vida de todos nós.

Vale a leitura do livro.

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