Tribuna Ribeirão
Justiça

Mais 250 golpistas viram réus

O Supremo Tribunal Fe­deral (STF) tornou réus mais 250 envolvidos nos atos gol­pistas de 8 de janeiro. Este é o quinto grupo de investi­gados, totalizando 1.045 das 1.390 denúncias apresenta­das pela Procuradoria-Geral da República (PGR), 75,2% do total. O julgamento come­çou em 16 de maio e termi­nou nesta segunda-feira (22).

Eles responderão pelos crimes de associação crimi­nosa armada, abolição vio­lenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado e incitação ao crime. O placar fechou em oito a dois. Devido à apo­sentadoria de Ricardo Lewa­ndowski, a Corte não conta com o voto do 11° ministro.

Outros sete acompanha­ram o voto do relator Alexan­dre de Moraes. Também vo­taram a favor do recebimento das denúncias Gilmar Mendes, Dias Toffolli, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Luiz Fux e Luís Roberto Bar­roso. Os bolsonaristas Kassio Nunes Marques e André Men­donça votaram contra.

Nesta terça-feira (23), terá início o julgamento das denúncias referentes a mais 131 envolvidos nos atos gol­pistas de 8 de janeiro. É o sexto grupo de investigados, totalizando 1.176 das 1.390 denúncias apresentadas pela PGR, 84,6% do total.

As ações penais já abertas pelo STF devem ser abasteci­das com informações extraídas em celulares apreendidos com os acusados presos em 8 de ja­neiro. Moraes autorizou a Polí­cia Federal a acessar os apare­lhos de todos os acusados.

A PF vai rastrear dados que podem ser úteis não só à instrução dos processos no STF, mas também às inves­tigações sobre financiado­res. No dia 8 de maio, o STF formou maioria para tornar réus mais 245 envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

São 245 incitadores e exe­cutores dos atos golpistas. Dos 1.390 presos, 253 pessoas – 67 mulheres e 186 homens – per­manecem detidas no siste­ma penitenciário do Distrito Federal. Já as investigações quanto a autores intelectuais e financiadores dos crimes ainda não foram concluídas, assim como a apuração sobre suposta “omissão” de autorida­des ante os atos de vandalismo.

Com o recebimento das denúncias, as defesas são in­timadas a se manifestar sobre as acusações da PGR e dá-se início à instrução das ações penais, com depoimentos e coleta de provas. Na ocasião, as sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto foram invadidas por vândalos.

Os prejuízos somam R$ 26,2 milhões. Este valor envol­ve R$ 11,4 milhões referentes ao prédio do Supremo Tribu­nal Federal. Ainda considera prejuízos calculados pelo Pa­lácio do Planalto (R$ 7,9 mi­lhões), Câmara dos Deputados (R$ 3,3 milhões) e Senado (R$ 3,5 milhões). O STF autorizou o bloqueio de bens e valores dos supostos financiadores até o limite de R$ 40 milhões.

Dez moradores da região de Ribeirão Preto já viraram réus. São seis de Franca, dois de Ribeirão Preto, um de Gua­riba e outro de Nuporanga. Eles responderão pelos crimes de associação criminosa arma­da, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado e incitação ao crime.

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