Comerciantes e consumidores que frequentam o calçadão de Ribeirão Preto reclamam de uma infestação de ratos em alguns trechos desta área da região Central, principalmente nas esquinas das ruas Saldanha Marinho com General Osório e da São Sebastião com a Tibiriçá.
Para piorar ainda mais a situação, alguns ambulantes que comercializam produtos alimentícios jogam sobras aos roedores. Além disso, a própria população contribui jogando lixo no chão, um cenário perfeito para a proliferação dos mamíferos mais rejeitados do Brasil.
Lixo
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram vários ratos revirando os sacos de lixo no calçadão. O fotógrafo Max Gallão Mesquita, do Grupo Amigos da Fotografia, flagrou vários deles entre a manhã de quarta (17) e a tarde desta quinta-feira, 18 de maio. A colônia é sortida: tem cinza, preto, malhado, albino…
Os roedores do calçadão têm hábitos diurnos e noturnos. Não é raro alguém que frequenta a região dar de cara com um ou mais roedores cruzando seu caminho em plena luz do dia. O cenário é o mesmo das praças XV de Novembro e Carlos Gomes. Quem passa pelo local se espanta com a quantidade de animais.
Alimento
A Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde, esclarece em nota que já esteve no local para avaliar a infestação de roedores e as visitas são constantes. Trata-se de um lugar que apresenta grande quantidade de alimentos disponíveis para os roedores: são encontrados restos de alimentos na praça e no calçadão e lixo armazenado de forma inadequada.
“Para diminuir a infestação de roedores recomenda-se manter a área sempre limpa, evitar de jogar restos de alimentos na rua, realizar o abrigo do lixo de forma adequada, e que o recolhimento do lixo seja realizado no horário logo após o fechamento dos estabelecimentos da área, para evitar que o lixo fique exposto por muito tempo na rua”, diz a pasta.
Lixeira
Já o Departamento de Limpeza Urbana da Secretaria Municipal de Infraestrutura informa que de acordo com o código de obras em seus artigos 134 e 135 é estabelecido que todo imóvel, residencial ou comercial, deva possuir lixeira para que o lixo orgânico não seja depositado no chão.
Ressalta que a coleta de lixo no Centro e no calçadão acontece diariamente (de segunda-feira a sábado) e o serviço de varrição e catação é realizado de segunda à sexta-feira, das sete às 22 horas no calçadão, e das sete às 18 horas em toda a região Central.
Nova York
Nos Estados Unidos, a prefeitura de Nova York criou um novo cargo, com um supersalário, para combater o inimigo público número 1 da cidade, segundo reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo. A relação entre a Big Apple e os ratos é famosa. Dizem até que uma pessoa recém-chegada só vira moradora da cidade quando encontra um rato em casa.
O bom humor é uma forma de encarar essa realidade que não agrada ninguém, mas que é antiga. Há quase 360 anos, Nova York tenta acabar com a proliferação desses roedores. A última cartada da prefeitura foi criar um setor exclusivo na administração pública para acabar com os ratos.
O prefeito Eric Adams usou as redes sociais para procurar pelo profissional ideal: “Se você tem o impulso, a determinação e o instinto assassino necessários para lutar contra a implacável população de ratos da cidade de Nova York, então esse é o emprego dos seus sonhos”.
‘Czarina’
Depois de quatro meses, essa busca terminou. “Estamos muito felizes em dizer que encontramos nossa ‘czarina dos ratos’”, anunciou Adams. “Ela está focada em melhorar a qualidade de vida dos nova-iorquinos”. Kathleen Corradi foi a escolhida. Ela vai receber um salário mensal de US$ 14 mil, cerca de R$ 68 mil.
Ninguém sabe ao certo quantos ratos existem em Nova York. O último estudo, feito há quase dez anos, estima dois milhões de roedores. Para tentar reduzir esse número, a prefeitura vai investir US$ 3,5 milhões. “Isso é mais do que uma questão de qualidade de vida. Os ratos são o sintoma de questões como saneamento, saúde, moradia e justiça econômica”, diz Kathleen.