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Seu filho(a) é feliz na escola?

O educador francês Henri Wallon (1879-1962) em sua teoria acerca da afetividade e sua importância no processo de aprendizagem (teoria essa que dialoga com os estudos de Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934)), ressalta a importância em conhecer como atingir, envolver as crianças e adolescentes em suas diferentes idades no que tange seus sentimentos e emoções para que o cognitivo seja potencializado. Wallon fala da importância e da influência do meio no qual esse estudante está inserido e divide as fases do desenvolvi­mento infantil em 5 estágios, sendo eles:

1º estágio — Impulsivo-Emocional (0 a 1 ano):
Predominantemente afetivo, onde o sujeito se expressa por meio de movimentos corporais, do contato corporal e do toque. Aqui, o aprendizado demanda uma presença e uma qualidade de troca corporal intensa, que passa pelo tato, pelo toque e pela segurança do embalo. É a partir da fusão com o outro que a criança interage com o meio ambiente, participa, se familiariza e aprende sobre o mundo que a cerca.

2º estágio — Sensório-Motor e Projetivo (1 a 3 anos):
Neste estágio, se estabelece uma relação intensa com os objetos através do contato e se inicia a indagação persistente sobre o que eles são, seus nomes e como funcionam. O processo de ensino-aprendiza­gem nesta fase solicita disposição do educador em oferecer situações e espaços diversificados para que os alunos possam entrar em contato com diversos objetos e vivências, facilitando o processo de diferencia­ção em relação a cada um deles.

3º estágio — Personalismo (3 a 6 anos):
Nesta fase, a criança começa a se descobrir diferente das outras e dos adultos. A diferenciação se dá entre a criança e o outro. Neste estágio, é importante que ela entre em contato com atividades que possibilitem o exercício da escolha e com crianças de outras idades. O importante neste estágio é reconhecer e respeitar as diferenças que começam a surgir, inclusive valorizando e dando oportunidade de expressão a estas diferenças.

4º estágio — Categorial (6 a 11 anos):
Ocorre a diferenciação mais intensa e nítida entre o eu e o outro, o que fornece a estabilidade necessária para a exploração das diferen­ças e semelhanças entre objetos, imagens, conceitos e ideias. Nesta fase, é importante tanto levar em consideração o que o aluno já sabe como diagnosticar o que ele precisa saber para dominar certas ideias. A descoberta do mundo dependerá das experiências a que terá acesso e que favoreçam ou não o desenvolvimento de sentimentos e valores que auxiliem a continuidade e ampliação destas descobertas.

5º estágio — Puberdade e Adolescência (11 anos em diante):
Aqui, se delimita, de maneira mais clara e precisa, o reconhecimen­to da singularidade e autonomia do sujeito, com valores e sentimentos próprios, mediante ações de confronto e auto-afirmação. O processo de ensino-aprendizagem deve primar pela criação de espaços e construção de vivências que permitam a expressão e discussão das diferenças e das descobertas, levando em consideração a necessidade de afirmação de relações solidárias, baseadas no respeito mútuo.

Às escolas, de uma forma geral, cabe organizar um processo de formação e APOIO aos docentes, visando aumentar a importância das AVALIAÇÕES FORMATIVAS, tais como as autoavaliações, de­bates, apresentações, criação de charges ou animes, projetos investi­gativos de meio e assim por diante. Dessa forma, o docente consegue aproximar a personalidade (sentimento/emoção) do(a) aluno(a) ao conteúdo ou habilidade/competência trabalhada (cognitivo), inde­pendentemente da etapa da educação básica ou disciplina ministrada.

Aos pais ou responsáveis cabem 2 perguntas: seus filhos estão felizes na atual escola? Seus filhos estão evoluindo cognitivamente? Se uma das duas respostas é NÃO, agende um atendimento com a escola para entender como proceder. Em caso de dupla negativa, considere uma reflexão um pouco mais ampla. Por vezes, a metodologia esco­lhida não é a adequada àquele estudante e a mudança pode fazer bem.

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