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Mãe, amor que transcende!

Adriana Dorazi – especial para o Tribuna Ribeirão

Difícil homenagear todas as mães contando apenas uma história. Na vida de mãe e fi­lhos há tanto amor e superação que muitas deveriam ter suas trajetórias publicadas como exemplos. Neste Dia das Mães a reportagem do Tribuna Ri­beirão escolheu uma dessas mulheres super dedicadas para simbolizar o que é esse senti­mento tão divino e tão huma­no ao mesmo tempo. Mães, sintam-se representadas e ho­menageadas!

Marcela Mendonça tem 38 anos. Tornou-se mãe com a chegada da Luísa, que hoje tem nove anos. Gestação pla­nejada, parto normal, uma criança saudável. Sonho re­alizado ao lado do marido Adilson. Na segunda ges­tação perdeu Arthur, com 38 semanas, que morreu ao nascer, depois de um desco­lamento de placenta.

Ela relata que não foi fácil encarar essa realidade de ver os sonhos serem interrom­pidos de forma tão abrupta. “Meu leite desceu, mas saí do hospital de braços vazios, isso é extremamente difícil. Chegar em casa, ver tudo pronto e não usar. É a pior dor do mundo que já senti”, relembra.

Mesmo com as adversidades da vida, Marcela, que perdeu os pais ainda criança em acidente de carro, não desistiu de construir uma família

Marcela perdeu os pais ain­da criança em acidente de car­ro. Não desistiu de construir uma família com mais filhos apesar da dor. Conta que não existe superação na perda de um filho, mas buscou na ajuda ao próximo e no autocuidado uma forma de recomeçar.

Com a perda, Marcela foi diagnosticada com uma trom­bofilia hereditária, doença que pode afetar a gestação. Fez tratamento e logo em seguida veio o Bruno, um garotinho lindo com deficiência. “Com 31 semanas, mesmo com as injeções preventivas, tive ou­tro descolamento de placenta sem causa aparente. Meu filho nasceu morto, ficou 15 minu­tos sem se mexer, mas conse­guiram reverter, mas ele ficou grave”, conta.

Força para recomeçar
Apesar da cesárea de emer­gência a mãe não se abateu e poucas horas depois estava ao lado do bebê. “Sabíamos que era muito complicado, o Bru­no teve crises epiléticas ao ser reanimado. Mas os médicos do Hospital das Clínicas fize­ram tudo por nós”, se emocio­na ao lembrar. Com três dias o recém-nascido teve outras complicações, mas estava des­tinado a viver!

“O médico da UTI con­fessou que não tinha mais recursos, que talvez ele não sobrevivesse àquela noite. No outro dia seria meu aniver­sário, mas não queria que ele sofresse, nenhuma mãe quer isso para o filho. Pedi a Deus que fizesse o melhor por nós, mas não queria enterrar mais um bebê”, desabafa.

Luta diária inclui muitos custos, soma necessidades, mas que também é cheia de alegrias é escrita nas redes sociais: @umavidaespecial

No amanhecer do outro dia, graças à medicina e as orações de mãe, Bruno come­çou a melhorar. Ela conta que em momento algum perdeu a esperança. Com sete dias o bebê já conseguiu ficar sem a ventilação mecânica, mas teve hemorragia cerebral. “Voltou a ficar grave, desen­volvendo hidrocefalia. Foram mais de seis horas de cirurgia e tinha fé mesmo que ele so­breviveria”, chora.
Marcela relata que sabia que o Bruno ficaria com defi­ciência, mas isso não mudou a esperança dela para sair do hospital com ele nos braços. A alta chegou aos 48 dias e pouco mais de dois quilos.

Luta diária, cheia de alegria
Bruno chegou em casa já com protocolos de tra­tamento como fisioterapia, fonoaudiologia, estimulação e acompanhamento perma­nente. “Entrei em um mundo que não conhecia. Médicos, diagnósticos, medos, desa­fios. É difícil porque a gente não sonha em ter um filho com deficiência”, diz.

Esse menino lindo recebe todo o amor que pode da irmã, do pai, da família e amigos. Com pouco mais de um ano desenvolveu uma síndrome que aumenta crises convulsi­vas da epilepsia. Parou de co­mer de forma oral e perdeu os poucos movimentos que tinha.

“Meu filho hoje é saudá­vel, tem gente que associa deficiência com doença. Pas­seamos, sofremos precon­ceitos, mas levamos ele para tudo. Duro mesmo é falta de acessibilidade e a ignorância, é triste”, confessa.

“Meu filho hoje é saudável, tem gente que associa deficiência com doença. Passeamos, sofremos preconceitos, mas levamos ele para tudo. Duro mesmo é falta de acessibilidade e a ignorância, é triste”, conta Marcela

Ela criou uma rede social para contar essa luta diária que inclui muitos custos, soma necessidades, mas tam­bém é cheia de alegrias (@ umavidaespecial). Enquanto dá a entrevista ela também sorri e diz que tem orgulho dos filhos porque cada um deles a ensinou, de uma for­ma diferente, a ser mãe.

Nessa mesma rede social ela recebe mensagens nada motivadoras, mas entende. Lamenta que não conseguiu colocar o Bruno na escola. É formada em administração de empresas, mas atualmente de­dica todo o tempo aos filhos e como influenciadora digital.

“Amor de mãe é amor além da vida. Não esperar nada em troca mesmo. Sou muito gra­ta a Deus a tudo que tenho e nem sei mesmo como passei por tudo isso. Tento ser rede de apoio de outras mães típicas e atípicas. Ninguém está blinda­do para não ter que enfrentar a deficiência e apoio é funda­mental”, destaca Marcela.

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