A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial de preços no país – fechou abril em 0,61%, ante 0,71% de março, 0,84% de fevereiro e 0,53% de janeiro, após encerrar 2022 com 0,62% em dezembro, informou na manhã desta sexta-feira, 12 de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Doze meses
No mês de abril de 2022, o IPCA tinha sido de 1,06%. A alta de 0,61% voltou a desacelerar a taxa acumulada em doze meses, que passou de 4,65%, em março para 4,18% em abril. O resultado é o mais baixo desde outubro de 2020, quando estava em 3,92%. A taxa acumulada pela inflação no ano é de 2,72% até abril.
A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, que tem teto de tolerância de 4,75%. O IPCA fechou 2022 em 5,79% e, pelo segundo ano seguido, ficou acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Grupos
Todos os nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo registraram altas de preços em abril. As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (0,71%, impacto de 0,15 ponto percentual), Transportes (0,56%, impacto de 0,12 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (1,49%, 0,19 ponto).
Os demais grupos são Despesas pessoais (0,18%, impacto de 0,02 p.p ), Educação (0,09%, impacto de 0,01 p.p.), Habitação (0,48%, impacto de 0,07 p.p.), Comunicação (0,08%, sem impacto), Artigos de residência (0,17%, impacto de 0,01 ponto) e Vestuário (0,79%, impacto de 0,04 ponto percentual).
Remédios
“O resultado do grupo Saúde foi influenciado pela alta nos produtos farmacêuticos, justificada pela autorização do reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março”, diz, em nota, o analista da pesquisa, André Almeida.
Já os preços nos planos de saúde tiveram alta de 1,20%. “Houve incorporação das frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023”, acrescenta o pesquisador, ressaltando que a alta dos medicamentos foi a responsável por evitar uma queda maior do IPCA.
Serviços
A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de uma elevação de 0,25% em março para 0,52% em abril, influenciada, principalmente, pela alta de quase 12% nas passagens aéreas.
Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 2,33% em março para 0,86% em abril. No acumulado em doze meses, a inflação de serviços passou de 7,63% em março para 7,49% em abril. Já a inflação de monitorados em doze meses saiu de -2,40% em março para -2,10% em abril. O pico foi em julho do ano passado (8,87%).
Alimentação e bebidas
Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,71% em abril, após alta de 0,05% em março. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,15 ponto para o IPCA. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,73% em abril, após ter recuado 0,14% no mês anterior. A refeição fora do domicílio subiu 0,66%, ante alta de 0,6% em março.
Transportes
Os preços de Transportes subiram 0,56% em abril, após alta de 2,11% em março. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,12 ponto percentual para o IPCA, que subiu 0,61% no mês ante 0,71% em março. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,44%, após avanço de 7,01% no mês anterior. A gasolina caiu 0,52%, após ter registrado alta de 8,33% em março, enquanto o etanol avançou 0,92% nesta leitura, após alta de 3,2% na última.
Saúde
Os gastos das famílias com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,82% em março para uma alta de 1,49% em abril, o equivalente a uma contribuição de 0,19 ponto para a taxa de 0,61% do IPCA. O resultado foi puxado pelo aumento de 3,55% nos produtos farmacêuticos, com uma contribuição de 0,12 ponto para a inflação do mês.
A elevação ocorreu após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março. Os itens de higiene pessoal desaceleraram de um aumento de 0,76% em março para 0,56% em abril, após uma queda de 1,09% nos preços dos perfumes no último mês.
Habitação
As famílias brasileiras gastaram 0,48% a mais com Habitação em abril, uma contribuição de 0,07 p.p. Em março, o grupo havia avançado 0,57% e gerado contribuição de 0,09 ponto percentual para a taxa geral de 0,71% no índice. A alta foi puxada pelo aumento de 0,48% na energia elétrica residencial, que resultou numa contribuição de 0,02 ponto para o IPCA no mês. O gás encanado subiu 0,22%.
Difusão
O indicador de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 60% em março para 66% em abril. A difusão de itens alimentícios passou de 56% em março para 64% em abril. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 63% em março para 67% em abril.