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TCE cita obras paradas em RP

Levantamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) indica que o número de obras paradas ou em atraso nas cidades paulistas subiu de 762 para 784, entre outubro de 2022 e abril deste ano, 22 a mais e aumento de 2,9%. Deste total, 507 estão pa­ralisadas (64,7%) e outras 277, em atraso (35,3%). Ribeirão Preto tem quatro obras na lista.

Prefeitura e USP
São duas de responsabili­dade da prefeitura e duas do governo estadual, no campus local da Universidade de São Paulo (USP). As interven­ções do município envolvem a construção do viaduto na rotatória das avenidas Brasil e Mogiana, na Zona Norte, e a construção da Escola Muni­cipal de Ensino Fundamental (Emef) Domingos Angera­mi, no Jardim Pedra Branca, Zona Leste.

O viaduto na Zona Norte começou a ser construído em novembro de 2019 e deveria ter sido entregue em janeiro de 2021. Entretanto, por duas vezes os trabalhos foram para­lisados após as empresas aban­donarem o canteiro de obras. Nos dois casos os contratos foram rescindidos pela prefei­tura de Ribeirão Preto.

Ordem de serviço
Na quinta-feira, 11 de maio, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) assinou a ordem de serviço para a terceira empresa contratada concluir o restante do viaduto. Com prazo de entre­ga previsto de oito meses e custo total de R$ 11.980.492,28, a obra será realizada pela Autem Enge­nharia Ltda., que venceu a nova concorrência pública.

Já as obras da escola Do­mingos Angerami estão para­das desde novembro do ano passado, quando W. Andrade Construtora e Engenharia aban­donou os serviços. Em 27 de janeiro, a prefeitura de Ribeirão Preto rompeu contrato com a empresa. O investimento previs­to seria de R$ 6.126.132,65.

A construtora começou a obra em abril de 2020, mas por meio de fiscalização foi constatado o abandono dos trabalhos. A empresa chegou a ser notificada, mas não ado­tou medidas para concluir as obras. Quando abandonou os serviços cerca de 90% já tinha sido feito. Um novo processo licitatório está sendo feito pela administração municipal.

Colônias
Nas obras na USP, segun­do o TCE, os problemas são a construção de um edifício para área pedagógica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e a demolição de casas das colônias milanesa e napolitana existentes no campus. No dia 11 de outu­bro do ano passado, o Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) barrou a demolição das moradias de co­lonos por falta de autorização.

A USP havia conseguido, junto ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Ar­queológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão subordi­nado à Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, autorização para a demolição por meio de processo impetrado em 2021.

Entretanto, no despacho do colegiado, datado de 26 de julho de 2021, consta a obser­vação que “a autorização dada não isenta o interessado, no caso a USP, de obter autorização do projeto nos demais órgãos com­petentes”. Segundo o Conppac, a autorização não foi solicitada ao órgão municipal, por isso consi­dera a demolição irregular.

Até o momento, segundo o conselho, o impasse não foi so­lucionado. A USP não havia se manifestado sobre o assunto até o fechamento desta reportagem. Porém, a assessoria de impren­sa emitiu nota para explicar o atraso na construção do edifício para área pedagógica da Facul­dade de Ciências Farmacêuticas.

Informa em nota que “a construção do edifício da área pedagógica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ri­beirão Preto não foi paralisada, somente prorrogada a data de entrega, situação prevista em contrato, em função das chuvas, mas deve ser entregue no segun­do semestre”, diz o texto.

Valores
Desde 2008, quando a obra mais antiga da lista do TCE de­veria ter sido entregue, tais em­preendimentos já consumiram R$ 12.912.409.071,38 em re­cursos públicos. Todas as infor­mações postadas pelo TCE em seu site foram levantadas até a última quinta-feira junto a 3.176 órgãos estaduais e municipais fiscalizados pela corte.

Das 784 obras com proble­mas, 620, o equivalente a 79,1%, são de responsabilidade munici­pal. As demais 164 são estaduais (20,9%). A soma de todos os contratos iniciais relacionados a esses empreendimentos é de R$ 19.663.743.659,14.

Em 36,9% dos casos, os re­cursos para as contratações fo­ram baseados em convênios fir­mados com o Estado. O governo federal responde por 27,8% das verbas em 218 contratos. Ou­tros 230 empreendimentos são financiados com recursos pró­prios e 6% tiveram montantes originários em financiamentos.

Os principais motivos rela­cionados para as paralisações e atrasos são descumprimento de cláusulas contratuais; questões técnicas conhecidas após a licita­ção; atrasos em repasses estaduais e federais; deficiências nos proje­tos básicos e contingenciamento de recursos próprios. Os dados estão disponíveis em www.tce.sp.gov.br/paineldeobras.

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