Tribuna Ribeirão
Justiça

Fake news – PGR pede investigação de Google e Telegram

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nes­ta quinta-feira, 11 de maio, ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de uma in­vestigação sobre os diretores do Google e Telegram pelas campanhas contra o chama­do PL das Fake News. O caso deve ser decidido pelo minis­tro Alexandre de Moraes.

O pedido é assinado pela vice-procuradora-geral da Re­pública Lindôra Araújo. Ela sugere como primeiras medi­das a intimação de executivos das empresas e uma perícia em todas as publicações con­tra o projeto de lei impulsio­nadas por iniciativa das pró­prias plataformas.

“O cenário fático narrado aponta para a existência de elementos de informações mínimos da prática de con­duta delituosa que funda­mentam a possibilidade de instauração de procedimento de investigação sob a super­visão do Supremo Tribunal Federal”, diz o documento.

A Google exibiu em sua página inicial, para todos os usuários, uma mensagem de alerta contra o PL. Os inter­nautas que clicavam no link eram direcionados para um artigo de opinião do Diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda, que acusava o texto de “aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil”.

A mensagem foi removida depois que o Ministério da Jus­tiça anunciou que investigaria se as grandes empresas de tec­nologia usaram indevidamen­te o poder econômico para enviesar o debate em torno do projeto de lei. O Telegram também entrou na campanha e disparou um manifesto com críticas ao PL.

A mensagem chama a proposta de “desnecessária” e diz que ela “concede pode­res de censura ao governo”. A plataforma recuou e publicou uma retratação após o Supre­mo Tribunal Federal ameaçar suspender as operações do aplicativo no Brasil.

A PGR acionou o Supremo a partir de uma notícia-crime do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP­-AL), que adiou a votação do projeto de lei. Ele acusou as plataformas de operarem uma “sórdida campanha de desin­formação, manipulação e in­timidação, aproveitando-se de sua posição hegemônica”.

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