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Tribunal mantém licitação do lixo

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) negou o pedido de impugna­ção apresentado pela Asso­ciação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes, na última segun­da-feira, 24 de abril. A Abetre defendia a impugnação da lici­tação aberta para prestação de serviços de limpeza urbana e gerenciamento de resíduos só­lidos em Ribeirão Preto.

Segundo o conselheiro Re­nato Martins Costa, relator do processo, os questionamentos feitos pela entidade não são su­ficientes para a impugnação do processo licitatório. A Abrepe também já havia ingressado, em 20 de abril, com pedido de im­pugnação administrativa junto à prefeitura de Ribeirão Preto.

Pedia a reavaliação da mo­dalidade de contratação ado­tada – pregão eletrônico. As empresas associadas fizeram uma análise e identificaram inconsistências no teor do edi­tal. A Abrepe citava a incom­patibilidade do edital com as regras da lei federal número 14.026/2020, o chamado Novo Marco Regulatório do Sanea­mento Básico.

Questiona ainda a modali­dade de pregão eletrônico, que considera a contratação de ser­viços fundamentado apenas no critério de preço, permitindo o avanço de empresas sem quali­ficação, conhecimento e capaci­dade necessários para a presta­ção de serviço ao município.

Nesta quinta-feira (27), ocor­reu a primeira fase do pregão, com a apresentação de lances pelas concorrentes. No setor de limpeza urbana variaram de R$ 20.400.000 a R$ 23.500.000. Já no de resíduos sólidos vão de R$ 72.400.000 a R$ 87.000.000. As empresas terão que enviar, até as 23h59 desta sexta-feira (28), as planilhas detalhadas e atualiza­das dos serviços ofertados.

A próxima etapa do pregão eletrônico será realizada na ter­ça-feira, 2 de maio, às nove ho­ras. O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Sustentabi­lidade e Mobilidade Urbana da Câmara, Marcos Papa (Pode­mos), também pedia a inclusão de cooperativas e outras entida­des sem fins lucrativos no edital.

Pregão
O edital tem valor estimado de R$ 125.478.732,12, dura­ção inicial de doze meses e foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de 12 de abril. Os serviços licitados in­cluem a coleta e o transbordo do lixo produzido na cidade, a varrição de vias públicas e a coleta seletiva, que foi suspen­sa em fevereiro, após o fim do contrato com a empresa que re­alizava o serviço.

O processo licitatório está dividido em limpeza urba­na, com custo estimado de R$ 28.901.342,52, e resíduos sólidos, no valor de R$ 96.577.389,60. Atualmente, estes serviços são realizados pela empresa Es­tre Ambiental, que em 28 de junho do ano passado teve o contrato renovado emergen­cialmente por doze meses pelo valor de R$ 83.481.369,50. O anterior havia vencido em 9 de junho daquele ano.

A empresa presta serviços de coleta de resíduos sólidos domiciliares, comerciais e de feiras livres, varrição manual e mecanizada de vias e logradou­ros públicos e limpeza e desin­fecção de feiras livres. Também faz a lavagem manual e mecani­zada de vias e logradouros pú­blicos e limpeza em locais com eventos especiais e em situações emergenciais.

Ainda realiza a coleta de re­síduos gerados por estas ativida­des, serviço de coleta de resídu­os domiciliares com caçambas abertas de cinco a sete metros cúbicos em núcleos e áreas de difícil acesso, coleta de resíduos volumosos e transporte, trans­bordo e destinação final dos re­síduos coletados.

‘Produção’
Levantamento da Coordena­doria de Limpeza Urbana (CLU) revela que cada um dos 702.739 moradores de Ribeirão Preto – segundo balanço parcial do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís­tica (IBGE) – produz, em media, todos os dias, 800 gramas de lixo.

Diariamente são recolhidos na cidade 562.191 quilos de re­síduos, o que totaliza por mês 16.865.730 quilos. O lixo orgâni­co da cidade é levado para uma área de transbordo na Rodovia Mário Donegá (SP-291) e depois para o aterro sanitário, em Guata­pará. Considerando 720.116 mo­radores, são 576.093 quilos por dia, 16.282.790 quilos por mês.

Seletiva
A retomada da coleta se­letiva na cidade também faz parte da nova licitação aberta pela prefeitura de Ribeirão Pre­to. O serviço, que era realizado em 144 bairros e está suspenso desde fevereiro, após o fim do contrato com a empresa Car­valho Multisserviços Eireli, será ampliado. O anterior tinha valor de R$ 1.100.000 por doze meses.

Segundo o edital publicado no Diário Oficial, este valor vai subir para R$ 3.919.896, no má­ximo. Segundo a prefeitura de Ribeirão Preto, novos bairros se­rão beneficiados pela ampliação da coleta seletiva. Por enquanto, os munícipes devem levar seus detritos recicláveis para um dos seis ecopontos da cidade.

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