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Como viver mais e melhor – parte 02

Em matéria estampada nesse jornal há cerca de dois meses mostramos que ao contrário do que se pensava, a vida humana não tem um limite previamente estabelecido.

No passado quando a ciência dava os primeiros passos para mostrar essa tese da inexistência de um limite para a vida humana, crenças religio­sas aceitavam o fato de que a vida humana já estava programada para ter um início, meio e fim.

Hoje, o desenvolvimento extraordinário das ciências médicas princi­palmente da medicina preventiva, curativa, de urgência e emergência e da ciência dos transplantes de órgãos apontam para uma vida excepcional­mente muito mais longeva do que nos dias de hoje.

Atualmente esse conjunto de fatores confirmam a possibilidade de que em um futuro não muito distante as pessoas chegarão a viver 150 anos ou muito mais anos. É óbvio que, para que isso aconteça, serão necessárias políticas públicas para essa nova realidade e a prática do que nós médicos chamamos de estilo adequado de vida seja uma constante na vida das pessoas.

Nos últimos cinco anos têm sido publicados diversos trabalhos médi­cos e alguns multidisciplinares apontando para a possibilidade de a vida humana atingir essas idades. E mais importante: com completa autonomia e independência, o que é realmente um fato extraordinário.

Alguns desses trabalhos se fundamentam em uma metodologia que envolve cálculos matemáticos de grande complexidade para a partir de va­riáveis atuais projetar para como poderá ser a vida humana nos próximos dez, vinte, trinta e cinquenta ou mais anos.

Tendo em vista que o chamado estilo adequado de vida envolve além dos componentes alimentação, atividade física e eliminação completa do estresse, é ainda absolutamente necessário possuir uma assistência médica de excelente qualidade para que a pessoa possa atingir essas idades.

O desenvolvimento de remédios para manter a vida tem sido pesqui­sado intensamente e nos dias atuais a chamada engenharia genética tem assumido a dianteira produzindo muitos remédios que uma vez adminis­trados prolongam e muito a vida humana.

No momento, alguns desses remédios tão eficazes como se tem constatado se mostram caríssimos e fora das possibilidades orçamentárias das pessoas individualmente e dos governos. A esperança é que no futuro sejam desenvolvidos esses remédios, porém com custos mais acessíveis. É o caso de alguns remédios para o tratamento de câncer.

Este em si tem sido uma doença grave, desafiadora e que no passado era mais grave ainda, dada a inexistência do conjunto de remédios e outras formas de tratamento como a cirúrgica que também tem sido desenvolvi­da nos últimos anos com muito sucesso.

O câncer é, talvez a doença mais desafiadora, que a medicina tem enfrentado e cientistas e médicos têm travado cruel batalha e em muitos casos, algumas formas de câncer, notadamente quando diagnosticadas no início, têm tido cura completa.

Diversas modalidades de tratamento instituídas como mudanças no estilo de vida, remédios ou cirurgias, têm levado a um sucesso surpre­endente e o resultado é que em alguns tipos de câncer é perfeitamente possível colocar a doença sob controle e como corolário desse conjunto de atitudes fazer com que a vida humana seja prolongada por muitos e muitos anos.

Infelizmente políticas públicas voltadas para o esclarecimento da população não têm sido estabelecidas e uma parcela considerável da po­pulação simplesmente não sabe de nada e por isso não tem consciência de que um modelo de vida adequado seja capaz de prolongar os anos de vida das pessoas.

Isto se deve principalmente à ignorância das pessoas que é fruto de um baixo nível de escolarização que no caso do nosso país assume proporções desastrosas. Essa triste realidade é também fruto de termos uma sociedade altamente desorganizada e com uma população cada vez mais pobre e dependente de auxílios do governo para sobreviver.

Diante desse quadro presenciamos o progresso das ciências em geral e da medicina em particular e a nossa população não pode simplesmente participar devido a esses fatores. É de se esperar que no futuro medidas preventivas possam juntas com esclarecimentos a essa população fazer com que esse quadro de pobreza e ignorância seja eliminado e possamos usufruir do desenvolvimento das ciências em geral e da medicina em particular.

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