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Radicais da região podem virar réus

O julgamento da primei­ra leva de acusações contra os bolsonaristas que participa­ram dos atos golpistas do dia 8 de janeiro terminou nesta segunda-feira, 24 de abril, e a votação do próximo bloco de denúncias já tem data marcada no plenário virtual do Supre­mo Tribunal Federal (STF). A sessão começa nesta terça-feira (25), e segue até 2 de maio.

A ministra Rosa Weber, pre­sidente do STF, decidiu emen­dar os julgamentos. A sessão que vai analisar mais 200 denúncias foi marcada a pedido do minis­tro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os pro­testos extremistas.

Três suspeitos são da ma­crorregião de Ribeirão Preto: a advogada Nara Faustino de Menezes, de 43 anos, morado­ra de Ribeirão Preto; Adriana Salvador Plácido, de 54 anos, de Franca; e, o suplente de ve­reador em Nuporanga, Hen­rique Fernandes de Oliveira, o Sargento Fernandes (MDB), de 51 anos.

O Supremo Tribunal Federal já aceitou denúncia da Procura­doria-Geral da República (PGR) contra 100 bolsonaristas envol­vidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Na ocasião, vândalos depredaram os prédios do STF, do Congresso Nacional e do Pa­lácio do Planalto.

Na lista estão dois mo­radores da região: a médica veterinária e social media de Guariba, Ana Carolina Isique Guardiéri Brendolan, de 31 anos, e o corretor de imóveis de Ribeirão Preto, Barquet Mi­guel Júnior, de 53 anos. Os ma­nifestantes deixaram um rastro de destruição em Brasília.

Os dois responderão por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado De­mocrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e dete­rioração de patrimônio tomba­do. O mérito das acusações será debatido em um segundo mo­mento, quando na prática pode­rão ser impostas condenações.

Como o STF aceitou de­núncia, os acusados agora res­ponderão a uma ação penal e se tornam réus no processo. Em seguida, o STF deverá analisar a manutenção da prisão dos acu­sados que ainda permanecem detidos. Os denunciados res­pondem por vários crimes.

Formais
Já são 1.390 acusações for­mais apresentadas pela PGR nos inquéritos que apuram as res­ponsabilidades pelos atos antide­mocráticos, sendo 239 relativas ao núcleo de executores, 1.150 no núcleo dos iniciadores e uma no núcleo que investiga a suposta omissão de autoridades públicas no episódio – um policial legisla­tivo acusado de suposta omissão.

No núcleo maior, as pessoas estão sendo denunciadas por in­citação à animosidade das For­ças Armadas com os poderes constitucionais, às instituições civis e à sociedade, bem como por associação criminosa. Os crimes estão previstos nos arti­gos 286 e 288 do Código Penal, com penas máximas que, soma­das, podem chegar a três anos e 3 meses de detenção.

Presos
Até o momento, não foi de­nunciado nenhum financiador ou mentor dos ataques. Confor­me levantamento do gabinete do ministro Alexandre de Mo­raes, do STF, das 1.390 pessoas detidas no dia dos ataques, 294 suspeitos – 86 mulheres e 208 homens – permanecem presos no sistema penitenciário do Dis­trito Federal. Os demais foram soltos por não representarem mais riscos à sociedade e às in­vestigações. Ao todo, 2.151 pes­soas foram presas.

Região
Nove moradores da macror­região de Ribeirão Preto já foram beneficiados com decisões de Moraes, entre eles sete de Franca e um de Nuporanga, o Sargento Fernandes, que agora pode ser denunciado na segunda fase de votação das denúncias.

Marcos Joel Augusto, o Mar­cão Bola de Fogo, de 53 anos, morador de Pitangueiras, que em 2020 concorreu ao cargo de vereador pelo Cidadania e não foi eleito, foi liberado e está com tornozeleira eletrônica, segundo a lista da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do DF (Seape-DF).

Outros quatro ainda estão detidos no Distrito Federal. Dois são de Ribeirão Preto, o corretor de imóveis e agora réu Barquet Miguel Júnior e a advogada Nara Faustino de Menezes, que está na mesma situação do Sar­gento Fernandes.

Também segue detida a mé­dica veterinária e social media de Guariba, Ana Carolina Isique Guardiéri Brendolan, outra que virou ré pelos atos de 8 de janei­ro. Um morador de Franca, o empresário Douglas Ramos de Souza (42), segue detido. A tam­bém francana Shara Silvano Sil­va (24) já foi libertada com uso de tornozeleira eletrônica.

A tendência é que o tribu­nal siga esse ritmo até terminar de analisar as 1.390 denúncias oferecidas pela Procuradoria­-Geral da República (PGR). As acusações estão sendo analisa­das uma a uma, mas os julga­mentos são marcados em bloco para acelerar a conclusão. As votações ocorrem no plenário virtual. Nessa modalidade, não há debate.

Primeiros 100 denunciados
A poucas horas da con­clusão do julgamento sobre a recepção das 100 primeiras de­núncias pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro, os ministros André Mendonça e Kassio Nu­nes Marques não haviam vota­do. Ambos foram indicados ao STF por Jair Bolsonaro (PL). O placar estava em oito a zero para tornar réus os acusados.

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