O juiz Mario Leonardo de Almeida Chaves Marsiglia, da 3ª Vara Cível de Ribeirão Preto, determinou a suspensão do passaporte e da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do empresário André Luiz de Jesus Rosa, proprietário da B&B Capital, acusado de aplicar um golpe estimado em R$ 200 milhões em mais de dois mil investidores de todo o país.
A decisão judicial também determina a busca, para bloqueio, de recursos financeiros e veículos pertencentes ao suspeito. As ordens judiciais têm caráter cautelar, como forma de garantir eventuais ressarcimentos a vítimas e evitar a saída do investigado do país.
O empresário está foragido desde 21 de março, quando as denúncias de golpe contra ele começaram a pipocar em todo o país. Na Semana Santa, funcionários e caminhões de uma transportadora começaram a retirar imóveis e eletrodomésticos da residência de André Rosa, no Jardim Canadá, na Zona Sul.
A Polícia Civil já cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele e à sede da B&B Capital, no bairro City Ribeirão, Zona Sul. Na residência do suspeito foram apreendidas quatro armas e munições em um cofre atrás de uma sapateira, além de um carro avaliado em R$ 450 mil, computador e documentos.
Na sede da B&B Capital, a polícia apreendeu computadores, documentos e R$ 40 mil em dinheiro. Em uma loja de artigos esportivos e de caça na avenida Independência, também na Zona Sul, e que teria André Rosa como investidor, a Polícia Civil apreendeu 95 armas guardadas em um banker.
Segundo nota divulgada pela Polícia Civil, o armamento foi adquirido com dinheiro proveniente da atividade irregular da empresa de investimentos. No local foram apreendidas as armas, inclusive de grosso calibre, e munição. O irmão do acusado, Alex Rosa, acompanhou as buscas ao lado de seu advogado, Daniel Rondi.
Principal sócio da B&B Capital, André Luiz de Jesus Rosa sumiu quando os investidores perceberam que não havia mais dinheiro em suas contas de aplicação. A empresa é alvo de investigações do Ministério Público e da Polícia Civil desde que denúncias começaram a surgir, em 2019.
Informações atualizadas no decorrer das investigações, que seguem sob sigilo, indicam que pelo menos duas mil pessoas foram vítimas do golpe. O empresário desapareceu da cidade deixando um prejuízo estimado em mais de R$ 200 milhões.
O bloqueio de bens foi determinado pela Justiça a pedido de um dos clientes lesados. Os mandados cumpridos também atenderam a ordem judicial. A Polícia Civil trata o caso como estelionato. A B&B Capital prometia remunerar os investimentos com taxas mensais entre 2% e 3,5%.
Nos primeiros meses os clientes viam rendimentos vantajosos, bem acima dos praticados no mercado financeiro. Todo o material apreendido será periciado e, caso o empresário seja condenado, os bens podem ser leiloados para ressarcir as vítimas.