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Lula e Xi Jinping – Brasil e China assinam 15 acordos de parceria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presiden­te da China, Xi Jinping, assina­ram, nesta sexta-feira (14), em Pequim, 15 acordos comer­ciais e de parceria. Lula está em viagem ao país asiático e foi recepcionado no Grande Palá­cio do Povo, sede do governo chinês. No retorno ao Brasil, o avião presidencial pousará em Abu Dhabi, capital dos Emira­dos Árabes Unidos, para uma visita oficial.

Os mandatários partici­param de reunião ampliada com os ministros e assessores de ambos os países e tiveram encontro privado. Nessa con­versa, além de temas bilaterais, eles trataram do diálogo e ne­gociação para encerrar a in­vasão da Ucrânia pela Rússia. Um jantar em homenagem a Lula também foi oferecido por Xi Jinping.

Os termos assinados entre os dois países incluem acordos de cooperação espacial, em pesquisa e inovação, economia digital e combate à fome, inter­câmbio de conteúdos de comu­nicação entre os dois países e facilitação de comércio.

Um dos acordos prevê o de­senvolvimento do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos na parceria bilate­ral. De acordo com o governo brasileiro, o diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Ama­zônica, mesmo com nuvens.

Certificação
Outros documentos assi­nados tratam de certificação eletrônica para produtos de origem animal e dos requisitos sanitários e de quarentena que devem ser seguidos por frigorí­ficos para exportação de carne do Brasil para a China. O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina para o país asiático e 60% da produção brasileira são vendidos para a China.

No contexto da visita do presidente brasileiro, o setor empresarial também anunciou 20 novos acordos entre os dois países em áreas como energias renováveis, indústria automoti­va, agronegócio, linhas de cré­dito verde, tecnologia da infor­mação, saúde e infraestrutura.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, esses acor­dos somam-se àqueles anuncia­dos durante o Seminário Eco­nômico Brasil-China, realizado em 29 de março, totalizando mais de 40 novas parcerias. Lula deveria ter feito essa viagem no fim do mês passado, ocasião do seminário, mas um quadro de pneumonia o obrigou a adiar o compromisso.

“No setor turístico, desta­ca-se a inclusão do Brasil na lista de destinos autorizados para viagens de grupos de tu­ristas chineses, o que repre­senta grande oportunidade para o crescimento do fluxo de visitantes entre os dois países”, destacou o Itamaraty.

Outros encontros
Antes da assinatura dos atos, Lula e a comitiva brasileira parti­ciparam de cerimônia de deposi­ção de flores no monumento aos Heróis do Povo, na Praça da Paz Celestial. Mais cedo, também no Grande Palácio do Povo, Lula teve encontro com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji. Segundo a Presidência da República, eles trataram da parceria estratégica entre Brasil e China, da amplia­ção de fluxos de comércio entre os países e do equilíbrio da geo­política mundial.

“Lula ressaltou que o Brasil foi o primeiro país a reconhe­cer a China como economia de mercado. Reforçou que o país asiático foi parceiro essencial para a criação dos Brics [blo­co formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] e que a relação bilateral entre as nações tem o potencial de consolidar uma nova relação sul-sul no âmbito global”, infor­mou o Palácio do Planalto.

Os dois líderes também ressaltaram a intenção de am­pliar investimentos e reforçar a cooperação em setores como educacional e espacial. Já o primeiro compromisso do dia de Lula e integrantes da comi­tiva foi a reunião com o pre­sidente da State Grid, Zhang Zhigang. A empresa é líder do setor elétrico na China e tem investimentos no Brasil, com 19 concessionárias e linhas de transmissão em 14 estados.

De acordo com o Planalto, Lula reforçou a importância dos investimentos chineses no Brasil, a confiança na economia nacio­nal e o foco do governo federal em investimentos em energias renováveis e na ampliação da rede de transmissão integrando projetos de geração eólica e solar com a rede convencional.

A China é o principal par­ceiro comercial do Brasil desde 2009. O volume comerciali­zado entre os dois países em 2022 foi de US$ 150,4 bilhões. O ano de 2023 marca o cin­quentenário do início das re­lações comerciais entre Brasil e China. A primeira venda entre os dois países aconteceu em 1973, um ano antes do estabe­lecimento das relações diplo­máticas sino-brasileiras.

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