Tribuna Ribeirão
Justiça

STF dá 10 dias para PF ouvir Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou, nesta sexta-feira, 14 de abril, que a Policia Federal (PF) marque o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquéri­to dos atos golpistas de 8 de ja­neiro deste ano que resultaram na ampla depredação da sede dos Três Poderes da República – Palácio do Planalto, Congres­so Nacional e o prédio do STF.

Na decisão, Moraes es­creveu que a oitiva [audição] de Bolsonaro, solicitada pelo Ministério Público, é “medi­da indispensável ao completo esclarecimento dos fatos in­vestigados”. O depoimento foi solicitado no inquérito para esclarecer uma postagem feita nas redes sociais de Bolsonaro no dia 10 de janeiro. Postado dois dias após os ataques, o vídeo questionava a legitimi­dade do resultado das eleições de 2022.

“Diante de todo o exposto, defiro o requerimento formula­do pela Procuradoria-Geral da República e determino à Polícia Federal que proceda a oitiva de Jair Messias Bolsonaro, no prazo máximo de dez dias, de­vendo a PGR ser previamente avisada do dia agendado para se entender necessário acompa­nhar a oitiva”, decidiu.

O Supremo Tribunal Fede­ral marcou para a próxima se­mana o início do julgamento de 100 pessoas denunciadas pelo envolvimento nos atos golpis­tas. Será no plenário virtual da Corte entre terça-feira (18) e se­gunda-feira, 24 de abril. Na lista estão dois moradores da região: a médica veterinária e social media de Guariba, Ana Caroli­na Isique Guardiéri Brendolan, de 31 anos, e o corretor de imó­veis Barquet Miguel Júnior, de 53 anos.

Na modalidade virtual, os ministros depositam os votos de forma eletrônica e não há deliberação presencial. Os ca­sos que serão julgados dizem respeito aos primeiros acusados que foram denunciados pela Procuradoria-Geral da Repú­blica (PGR) em janeiro e feve­reiro. Os denunciados respon­dem pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democráti­co de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

No dia 4, a Procuradoria­-Geral da República enviou ao Supremo Tribunal Federal de­núncias contra mais 203 pes­soas acusadas de incitação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Com isso, chegam a 1.390 as acusações formais apresentadas pela PGR nos inquéritos que apuram as responsabilidades pelos atos antidemocráticos.

São 239 relativas ao núcleo de executores, 1.150 no nú­cleo dos iniciadores e uma no núcleo que investiga a suposta omissão de autoridades pú­blicas no episódio. No núcleo maior, as pessoas estão sendo denunciadas por incitação à animosidade das Forças Arma­das com os poderes constitu­cionais, às instituições civis e à sociedade, bem como por asso­ciação criminosa.

Até o momento, não foi de­nunciado nenhum financiador ou mentor dos ataques. Con­forme levantamento do gabi­nete do ministro Alexandre de Moraes, do STF, das 1,4 mil pes­soas detidas no dia dos ataques, 294 suspeitos – 86 mulheres e 208 homens – permanecem presos no sistema penitenciário do Distrito Federal. Os demais foram soltos por não represen­tarem mais riscos à sociedade e às investigações.

Região
Nove moradores da ma­crorregião de Ribeirão Preto já foram beneficiados com deci­sões de Moraes, entre eles sete de Franca e um de Nuporanga, o suplente de vereador Henri­que Fernandes de Oliveira, o Sargento Fernandes (MDB), de 51 anos.

Marcos Joel Augusto, o Mar­cão Bola de Fogo, de 53 anos, morador de Pitangueiras, que em 2020 concorreu ao cargo de vereador pelo Cidadania e não foi eleito, foi liberado e está com tornozeleira eletrônica, segundo a lista da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do DF (Seape-DF).

Outros quatro ainda estão detidos no Distrito Federal, segundo lista da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária atualizada no dia 31 de março. Dois são de Ribeirão Preto, o corretor de imóveis Barquet Miguel Júnior (53) e a advogada Nara Fausti­no de Menezes (43).

Um morador de Franca, o empresário Douglas Ramos de Souza (42), segue detido. Shara Silvano Silva (24) já foi liberta­da com uso de tornozeleira ele­trônica. Também segue detida a médica veterinária e social me­dia de Guariba, Ana Carolina Isique Guardiéri Brendolan.

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