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MJSP manda excluir apologia à violência

Uma portaria do Minis­tério da Justiça e Segurança Pública estabeleceu as medi­das administrativas a serem adotadas para prevenir a dis­seminação de conteúdos ilí­citos, prejudiciais ou danosos em plataformas de redes so­ciais. O texto foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 13 de abril.

Prevê que a Secretaria Nacio­nal do Consumidor (Senacon) instaure processo administrati­vo para apurar e responsabilizar as plataformas diante da propa­gação de conteúdos que incenti­vem ataques contra o ambiente escolar ou que façam apologia e incitação a esses crimes e seus perpetradores.

Ainda de acordo com a publicação, a Senacon deverá requisitar às plataformas um relatório sobre as medidas to­madas para fins de monitora­mento, limitação e restrição de conteúdos, incluindo o desen­volvimento de protocolos para situações de crise.

“A Senacon, no âmbito de processo administrativo, de­verá requisitar que as platafor­mas de redes sociais avaliem e tomem medidas de mitigação relativas aos riscos sistêmicos decorrentes do funcionamen­to dos seus serviços e sistemas relacionados, incluindo os sis­temas algorítmicos.”

A avaliação de riscos sistêmi­cos, segundo a portaria, deverá considerar efeitos negativos, re­ais ou previsíveis, da propagação de conteúdos ilícitos, sobretudo o risco de acesso de crianças e adolescentes a conteúdos ina­propriados para a idade; e o ris­co de propagação e viralização de conteúdos e perfis que exi­bam extremismo violento.

A Senacon deverá ainda re­quisitar às plataformas relatório que considere como os seguintes fatores influenciam riscos sistê­micos: a concepção de sistemas de recomendação e de qualquer outro sistema algorítmico per­tinente; sistemas de moderação de conteúdos; termos e políticas de uso; influência da manipula­ção maliciosa e intencional no serviço, incluindo a utilização inautêntica ou da exploração au­tomatizada do serviço.

Já a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) deverá coordenar o comparti­lhamento, entre plataformas de redes sociais e autoridades com­petentes, de dados que permi­tam a identificação do usuário ou do terminal da conexão que disponibilizou o conteúdo.

Por fim, a portaria prevê que a Senasp oriente as plataformas para impedir a criação de novos perfis a partir de endereços de protocolo de internet (endereço IP) em que já foram detectadas atividades ilegais, danosas e pe­rigosas referentes a conteúdos de extremismo violento.

“A Senasp deverá instituir banco de dados de conteúdos ilegais, nos termos desta por­taria, para fins de compartilha­mento entre as plataformas de redes sociais, com o objetivo de facilitar a identificação pelos sis­temas automatizados.”

Esse banco de dados poderá conter imagens, links e outros conteúdos ilegais, aos quais po­derá ser atribuído hash (cripto­grafia) exclusivo, entre outros recursos que os identifiquem e auxiliem na limitação da circu­lação de postagens nas platafor­mas de redes sociais.

“Na ocorrência de circuns­tâncias extraordinárias que con­duzam a uma grave ameaça à segurança pública objetivamen­te demonstrada, o Ministério da Justiça e Segurança Pública poderá determinar a adoção de protocolos de crise, a serem ob­servados pelas plataformas de redes sociais com medidas pro­porcionais e razoáveis.”

A portaria prevê também que as plataformas indiquem um representante responsável pela comunicação direta, inclu­sive por via eletrônica, com au­toridades policiais e judiciárias da União e dos estados, apto a tomar decisões para mitigar a chamada situação de crise.

“As sanções para o não cumprimento das obrigações previstas nesta portaria se da­rão no âmbito de procedimen­to administrativo ou judicial, de acordo com as atribuições dos órgãos competentes.” De­núncias sobre ameaças de ataques a escolas podem ser comunicadas a um canal cria­do pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parce­ria com SaferNet Brasil.

As informações enviadas ao Escola Segura serão mantidas sob sigilo e não há identificação do denunciante. Acesse o site https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura para fazer uma denúncia. Em caso de emer­gência, a orientação é ligar para o 190 ou para a delegacia de po­lícia mais próxima.

Os representantes da rede social Twitter recuaram do dis­curso de liberdade de expressão irrestrita e deram início à remo­ção de conteúdos extremistas denunciados pelo Ministério da Justiça no âmbito da Opera­ção Escola Segura, que investiga organizações criminosas e gru­pos responsáveis pelo estímulo a atentados a escolas.

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