Tribuna Ribeirão
Economia

Salário deveria ser de R$ 6.571

Em março, o salário míni­mo ideal necessário para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele deveria ser de R$ 6.571,52, ou 5,05 vezes o piso nacional atual, de R$ 1.302. Em fevereiro, seria de R$ 6.547,58, ou 5,03 vezes o valor do piso. Em janeiro, seria de R$ 6.641,58 (ou 5,10 vezes).

Em dezembro do ano pas­sado, quando o mínimo era de R$ 1.212, seriam necessários R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o piso. Os dados têm por base o preço da cesta básica de São Paulo (SP), de R$ 782,23. É a cesta mais cara observada pela pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioe­conômicos, que envolve 17 capi­tais de Estados brasileiros.

O valor estimado pelo Die­ese bancaria as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Em março de 2022, o salário mínimo necessário seria de R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o piso nacional em vigor, de R$ 1.212.

O Dieese calcula que, no mês passado, mesmo com o reajuste de 7,43%, seriam ne­cessárias 112 horas e 53 minu­tos para que um trabalhador que recebe o mínimo legal pudesse comprar o conjunto de itens da cesta básica e ou­tros produtos e serviços. Está abaixo do de fevereiro, de 114 horas e 38 minutos. Já em mar­ço de 2022, a jornada média foi de 119 horas e onze minutos.

Em janeiro era de 116 ho­ras e 22 minutos. Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referen­te à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacio­nal comprometeu, em março, 55,47% do piso para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

Em fevereiro, essa taxa era de 56,33% e, em março do ano passado, de 58,57%. Em janei­ro, era de 57,18%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já anunciou que irá reajustar o salário mínimo para R$ 1.320, correção de 1,38% e acréscimo de R$ 18, a partir do feriado do Dia do Trabalhador (ou do Tra­balho), o Primeiro de Maio.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou, nesta quarta-feira, 12 de abril, que deve encaminhar em breve uma nova política de valoriza­ção do salário mínimo para o Congresso. Durante audiência na Câmara, ele afirmou que deve levar ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os parâmetros da discussão feita com as centrais sindicais sobre o assunto assim que o petista retornar da via­gem à China.

Durante audiência na Co­missão do Trabalho da Câma­ra, Marinho disse que o valor de R$ 1.320 anunciado por Lula para o salário mínimo a partir de 1º de maio garante um “bom índice” de ganho real para os trabalhadores, mas ainda não é suficiente. O Ministério da Fa­zenda sugeriu usar o Produto Interno Bruto (PIB) per capita como referência para o reajuste anual do salário mínimo.

O valor atual de R$ 1.302 considera a variação da infla­ção medida pelo Índice Nacio­nal de Preços ao Consumidor (INPC), acrescido de ganho real de aproximadamente 1,4%. Entretanto, o valor aprovado pelo Congresso Nacional no Orçamento Geral da União de 2023 é de R$ 1.320, mas, para entrar em vigor, depende de uma nova medida provisória do Executivo.

No final do ano passado, o Congresso Nacional chegou a aprovar o Orçamento de 2023 com a previsão de recursos para o pagamento do salário míni­mo em R$ 1.320, mas o valor reservado, de R$ 6,8 bilhões, foi consumido pelo aumento do número de benefícios previ­denciários.

Para bancar o novo reajuste, o governo avalia usar os recursos da revisão do Cadastro Único (CadÚnico) de beneficiários do Bolsa Família, que excluiu que 1.479.915 famílias do pagamen­to de março e outras 694.245 foram incluídas no programa. Com isso, a economia líquida do governo no mês após o início do pente-fino nos benefícios chega­rá a R$ 471,402 milhões.

O último reajuste do piso nacional passou a valer no dia 1º de janeiro, quando saltou de R$ 1.212 para R$ 1.302, aporte de R$ 90 e alta de 7,42%. Para cada R$ 1 de aumento no piso, são mais R$ 388 milhões de im­pacto nas contas do governo. É que boa parte das despesas, principalmente da Previdência Social, é vinculada ao valor do salário mínimo.

Postagens relacionadas

Prévia da inflação recua para 4,05%

Redação 1

Cresce o número de famílias com dívidas

Redação 1

13º do INSS – Abono começa a ser liberado

William Teodoro

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com