Tribuna Ribeirão
Política

Lula propõe relançar parceria com China

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa o que promete ser uma das mais im­portantes e estratégicas viagens internacionais do seu terceiro mandato. Junto com uma co­mitiva de empresários, gover­nadores, deputados, senadores e ministros, o líder brasileiro embarcou na manhã desta ter­ça-feira, 11 de abril, para uma vi­sita de Estado à China, o maior parceiro comercial do Brasil.

A programação oficial, que começa a partir desta quarta-fei­ra (12), se estende até sexta-feira (14) nas cidades de Xangai e Pe­quim, respectivamente, e inclui desde encontros de negócios até reuniões bilaterais com as principais autoridades do país asiático. Entre elas, o presidente chinês, Xi Jinping. Em sua últi­ma entrevista antes do embar­que, concedida ao programa A Voz do Brasil, Lula destacou o propósito da viagem.

Diz que será uma espécie de relançamento das relações com o país, que havia se esfriado nos últimos anos. “Na China, va­mos consolidar nossa relação com a China, eu vou convidar o [presidente] Xi Jinping para vir ao Brasil, conhecer o Brasil numa reunião bilateral, para mostrar os projetos de interes­se”, afirmou.

“O que nós queremos é construir parceria com os chine­ses, fazer sociedade com os chi­neses, para que eles possam fa­zer investimentos em coisas que não existem, uma nova rodovia, ferrovia, hidrelétrica, uma coi­sa qualquer que signifique algo novo para o Brasil”, afirmou.

Em 2022, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especial­mente soja e minérios, e expor­tou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bi­lhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004. Esta é a terceira via­gem de Lula como presidente brasileiro ao gigante asiático.

Lula deveria ter feito essa viagem no fim do mês passado, mas um quadro de pneumonia o obrigou a adiar o compromis­so. A viagem à China é a quarta visita internacional de Lula após a posse no cargo. O presidente já foi à Argentina, ao Uruguai e aos Estados Unidos. Lula também recebeu, em Brasília, o primei­ro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, no fim de janeiro.

Acordos
Mesmo com o adiamen­to da visita de Lula à China, parte da comitiva que chegou antes do presidente conseguiu avançar em pendências impor­tantes. Umas delas foi o fim do embargo à venda de carne bo­vina brasileira após 29 dias de suspensão. A decisão, segundo o Ministério da Agricultura, foi tomada após reunião entre o ministro Carlos Fávaro e o mi­nistro da Administração Geral da Aduana Chinesa, Yu Jianhua, em Pequim, no dia 23 de março.

Com a presença de Lula, a expectativa é que mais de 20 acordos entre China e Brasil sejam assinados. Um deles será para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos na parceria bilate­ral. De acordo com o governo brasileiro, o diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazô­nica mesmo com nuvens.

Outro ponto que o pre­sidente quer discutir com Xi Jinping é a possibilidade de o país asiático promover um diálogo com o presidente da Rússia, Vladmir Putin, pelo fim da Guerra na Ucrânia. Em café da manhã com jornalistas, na última quinta-feira (6), Lula já havia abordado a questão. “Nós não concordamos com a inva­são da Rússia à Ucrânia. Estou convencido que tanto a Ucrânia quanto a Rússia estão esperan­do que alguém de fora fale: va­mos sentar para conversar”.

Programação
Pela programação divul­gada, a visita da comitiva bra­sileira à China começa nesta quarta-feira, em Xangai. Pela manhã, o presidente Lula parti­cipará da cerimônia de posse da ex-presidenta Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Ín­dia, China e África do Sul.

À tarde, ele terá encontros com empresários e à noite viaja­rá para Pequim. Na sexta-feira, a agenda oficial na capital chinesa inclui uma reunião, pela manhã, com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji, no Grande Palácio do Povo. De­pois, o presidente depositará flo­res em uma cerimônia na Praça da Paz Celestial.

À tarde, Lula se encontrará com lideranças sindicais e de­pois voltará ao Grande Palácio do Povo, onde se reunirá com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, e depois será recebido em cerimônia oficial pelo presi­dente Xi Jinping. A programa­ção terá um encontro aberto, uma cerimônia para assinatura de acordos bilaterais e depois um encontro bilateral fechado. Depois disso, haverá uma ce­rimônia de troca de presentes, registro de fotos e, por fim, um jantar oficial.

No retorno ao Brasil, o avião presidencial irá pousar em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para uma visita oficial no próximo sábado (15). O ano de 2023 também marca o cinquentenário do início das relações comerciais entre Brasil e China. A primeira venda en­tre os dois países aconteceu em 1973, um ano antes do estabele­cimento das relações diplomáti­cas sino-brasileiras.

Em 2022, o produto brasi­leiro mais vendido para o mer­cado chinês foi a soja, com 36% do total exportado, seguido pelo minério de ferro com 20% e o petróleo com 18%. O perfil da exportação mudou um pouco em janeiro e fevereiro de 2023, com o petróleo na liderança com 23%, seguido pela soja (22%) e o minério de ferro (21%).

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