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Servidores protestam na Câmara

A greve do funcionalismo público municipal entra em seu terceiro dia nesta quarta-feira, 12 de abril. O movimento teve início à zero hora de segunda­-feira (10), apesar de a Justiça de Ribeirão Preto ter concedido liminar à administração Duarte Nogueira (PSDB) determinan­do a manutenção de 100% dos trabalhadores em serviços es­senciais do município.

No final da tarde de ontem, cerca de 170 trabalhadores e diretores do Sindicato dos Ser­vidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/RPGP) participaram da sessão da Câmara para pedir ajuda aos vereadores e cobrar da prefeitura que abra negociação com a categoria.

Reajustaço
A diretoria do Sindicato dos Servidores solicitou aos verea­dores que trancassem a pauta até que a administração Duarte No­gueira (PSDB) reabrisse a nego­ciação, mas o pedido foi negado. Na plateia, trabalhadores exibi­ram cartazes alusivos ao reajuste de 49,1% que os parlamentares aprovaram no próprio salário, no do prefeito, vice, secretários e afins a partir de janeiro de 2025.

Assim como ocorreu na ma­nhã de segunda-feira, ontem a categoria promoveu uma ma­nifestação em frente ao Centro Administrativo Prefeito José de Magalhães, sede da prefeitura. O protesto voltou a afetar o trân­sito: o tráfego na rua Américo Brasiliense, entre as ruas Álvares Cabral e Tibiriçá, na região Cen­tral, foi proibido durante o ato.

Educação
Um novo protesto está mar­cado para a manhã desta quar­ta-feira (12), desta vez em frente à Secretaria Municipal da Edu­cação, a partir das sete horas, já que o prefeito Duarte Nogueira viajou de novo. Está em Portu­gal, participando de congresso. Anteontem, a adesão dos servi­dores municipais ao movimen­to atingiu 44% na Secretaria da Educação. De 1.892 funcioná­rios, 873 aderiram à greve.

Na Saúde, 33 servidores de um total de 2.852 participaram do movimento grevista, o que representa 1,1%. Na área da Assistência Social, o índice de adesão foi de 3,4% dos servi­dores. A prefeitura ressalta que nenhum servidor deverá ser impedido ou constrangido a exercer seu direito de trabalhar. Quem optou pela paralisação terá o dia descontado.

Justiça
A juíza Luiza Helena Carva­lho Pita, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, de­terminou que o processo mo­vido pela prefeitura contra a greve do funcionalismo público municipal seja enviado para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) – composto por 25 de­sembargadores.

A magistrada se declarou in­competente para julgar o caso. A decisão foi proferida na segunda­-feira, 10 de abril, após a ação dar entrada na 2ª Vara da Fazenda Pública com o fim do plantão ju­diciário devido à Semana Santa, encerrado no Domingo de Pás­coa (9). Com a decisão, a liminar expedida em primeira instância deixou de existir.

Liminar
No Sábado de Aleluia (8), o juiz plantonista Nemércio Rodrigues Marques concedeu liminar determinando a manu­tenção de 100% dos servidores em serviços essenciais do muni­cípio – nas secretarias da Saúde, Educação, Assistência Social, de Água e Esgotos, Infraestrutura e na Divisão de Bem-Estar Ani­mal (DBEA), ligada à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

A medida também esta­beleceu que fossem mantidos 60% dos funcionários em ati­vidade nos demais serviços públicos. Cita, inclusive, escala emergencial de trabalho para evitar danos à população. Em caso de descumprimento da ordem judicial, o magistrado estabeleceu multa diária de R$ 100 mil contra o Sindicato dos Servidores Municipais de Ri­beirão Peto, Guatapará e Pra­dópolis (SSM/RPGP).

A prefeitura informa que a li­minar concedida no sábado, dia 8, está mantida. Porém, as partes não foram citadas e, segundo a entidade sindical, a medida cau­telar deixou de existir porque a Justiça de Ribeirão Preto não tem competência para julgar nem decidir sobre o assunto.

Servidores querem reajuste de 16,04%
A Comissão de Política Salarial da prefeitura de Ribeirão Preto man­teve a proposta de reajuste de 6% para os servidores, que recusaram a oferta. Envolve a correção da inflação acumulada em doze meses medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, indexador oficial de preços no Brasil). Esse percentual foi rejeitado pela categoria em assembleia.

A correção de 6% também atingiria o vale-alimentação e o auxílio nutricional pago a aposentados e pensionistas do Instituto de Pre­vidência dos Municipiários (IPM). Outros itens propostos tratam da equiparação do tíquete-alimentação para quem faz jornada de doze por 36 horas e a correção na base de cálculo do auxílio insalubridade.

Pauta
O funcionalismo de Ribeirão Preto quer reajuste salarial de 16,04% este ano, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/RPGP), Valdir Avelino. São 10,25% de aumento real – com base na evolução de crescimento da arrecadação municipal – e mais 5,79% para repor as perdas infla­cionárias do ano passado, quando o IPCA fechou em 5,79%.

Data-base
A data-base do funcionalismo público ribeirão-pretano é 1º de mar­ço. Os servidores também querem pedido de reposição de 20% no vale-alimentação e o pagamento de abono para todos os trabalhado­res da ativa e inativos, no valor de R$ 600, pelo período de um ano. Atualmente, o vale-refeição dos servidores que cumprem jornada de 40 horas semanais é de R$ 978.

Com o aumento, passaria para R$ 1.173,60. Nos itens gerais, a cate­goria pede o pagamento de licença-prêmio para todos os servidores com o abono vencido, de preferência no mês de aniversário do traba­lhador, e a compra de dez dias de férias. O sindicato justifica os dois pedidos devido ao que chama de “quadro reduzido de funcionários”.

Ano passado
Ribeirão Preto tem 14.970 servidores na ativa e 6.400 aposentados e pensionistas que recebem benefícios do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM). No ano passado, os servidores tiveram aumento de 10,60%, retroativo a 1º de março (data-base), referente à inflação acumulada em doze meses, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O mesmo percentual incidiu sobre o vale-alimentação dos servidores da ativa e no auxílio nutricional dos aposentados e pensionistas. Além disso, em dezembro, a prefeitura deu um abono de R$ 500 para cada um dos servidores municipais da ativa, no vale-refeição. A concessão atingiu oito mil trabalhadores da administração direta e indireta, ao custo de R$ 5 milhões.

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