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Domingo da Divina Misericórdia!

Ser misericordiosos como o Pai é um desafio e ao mesmo tempo é nossa vocação, pois fomos criados para ser “imagem e semelhança de Deus”. Celebraremos no Segundo Domingo da Páscoa, que encerra a Oitava da Páscoa, O Domingo da Divina Misericórdia!

A Misericórdia é um sentimento nobre, suscita compaixão e perdão; lembra a nossa miséria (miseri) e o coração (cor­dis) bondoso de Deus. Contudo, no pensamento hebraico, misericórdia também significa aquele sentimento que tem origem nas entranhas maternas (rahamin), semelhante àquele amor do pai que acolhe ao filho pecador e tem carinho com o filho mais velho que não perdoa o irmão. Ser misericordiosos como o Pai é também viver a fidelidade ao seu amor quando amamos e nos preocupamos com nossos irmãos.

Ser misericordiosos como o Pai num mundo violento e intolerante é um desafio que nos oferece a chance de apagar as chamas de violência e desrespeito que a vida e dignidade humanas têm sofrido ultimamente. Fanatismo, terrorismo, discriminação, intolerância são sintomas de uma sociedade sem inteligência que não sabe conviver com o diferente e com quem tem opiniões diferentes das que a mídia apresenta. Ser misericordiosos significa apresentar as condições para um diálogo franco e fraterno apontando soluções mediadas pela compreensão e por uma visão abrangente do mundo e da pessoa humana.

Misericórdia não gera resignação, apatia, desmotivação. Ao contrário, suscita esperança num modo de agir que não alimenta violência. A misericórdia alimenta o sentimento da bondade, da nova oportunidade ao passo que a violência mata as possíveis soluções para uma convivência pacífica. Mi­sericórdia é o sentimento que cresce no coração dos que têm certeza que o outro é uma pessoa que merece outra chance, que precisa ser ajudada a se libertar das próprias escravidões e sentir-se novamente amparada por aquele sentimento amo­roso que o pai dedicou ao filho mais novo que errou muito longe de casa. (Cf. Lc 15).

Ser misericordiosos não é o mesmo que ficar sentados de braços cruzados e esperar a banda passar, mas trabalhar em favor do bem, da verdade, da justiça e da fraternidade. Ser misericordiosos é também gritar em defesa da vida, é des­mascarar as mentiras travestidas em propagandas enganosas que desrespeitam o direito do povo ser religioso e ter suas manifestações de fé; é também orientar para o bem os que andam iludidos pelo mal.

Ser misericordiosos é colaborar com a paz e torná-la rea­lidade no meio onde vivemos; é praticar a caridade não por meio de discursos e sim pela atitude não discriminatória nem racista; é também entender Jesus Cristo quando diz “quero a misericórdia, não o sacrifício” (Cf. Mt 9,13).

Que Jesus Misericordioso nos ampare nesse tempo de tantos desencontros, tornando-nos pessoas melhores hoje do que fomos ontem. Saibamos aprender a amar um amor verdadeiro a partir das “surras” que levamos aqui e acolá. Aprendamos a valorizar a vida a partir de pequenos gestos de solidariedade, que temperados pelo amor, nos tornarão ainda mais Anjos uns dos outros!

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