Pesquisa Datafolha divulgada no domingo, 9 de abril, mostra que para 44% da população o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) é considerado ótimo ou bom. A nova gestão paulista completa, nesta segunda-feira, 100 dias de governo. Outros 11% dos entrevistados acham a gestão ruim ou péssima. Segundo o levantamento, 39% responderam que a administração é regular.
As expectativas, no entanto, não foram atendidas para 45% dos paulistas, que acreditam que o novo gestor fez menos pelo Estado do que o esperado. Cerca de 37% dos entrevistados acredita que Tarcísio fez exatamente o que era esperado e 12% avaliam que ele fez mais.
Tarcísio de Freitas foi eleito para comandar o Estado de São Paulo na esteira de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No segundo turno das eleições de 2022, somou 55,27% (13.480.190) dos votos válidos, ante 44,73% (10.908.972) do adversário, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do PT.
Em Ribeirão Preto, Tarcísio de Freitas obteve 195.812 votos, 59,56% dos válidos, enquanto Fernando Haddad conquistou 132.947 votos, ou 40,44%. Brancos somaram 12.340 (ou 3,38%) e nulos 24.779 (6,77%), segundo dados consolidados do Tribunal Superior Eleitoral.
No primeiro turno o republicano recebeu 9.881.995 votos, o que representa 42,32% dos válidos, e o petista conquistou 8.337.139 dos votos, ou 35,70%. Em Ribeirão Preto, Tarcísio de Freitas obteve 150.509 votos (48,52%), seguido por Fernando Haddad com 99.818 votos (32,18%) em 2 de outubro.
A massa de apoiadores do ex-ministro de infraestrutura se concentra, principalmente, no interior, onde saiu vitorioso das urnas nas eleições passadas. De acordo com a pesquisa, a aprovação na região chega a 47%, enquanto na área metropolitana, protagonizada pelo seu adversário, Fernando Haddad, fica em 41%.
Tarcísio de Freitas assumiu o novo cargo a fim de se tornar um símbolo mais moderado do bolsonarismo e, assim que venceu as eleições, quebrou o protocolo e abriu diálogo com a oposição, em clara tentativa de se distanciar de uma imagem extremista.
O Datafolha ouviu 1.806 pessoas de 16 anos ou mais, em 65 municípios paulistas. Foram entrevistas presenciais, na semana passada, de segunda (3) a quarta-feira, 5 de abril. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Agenda de privatizações
Desde que tomou posse Tarcísio busca uma marca própria de privatizador. Para tirar as desestatizações do papel, o governador lançou uma carteira de projetos de venda de ativos e ainda deu início ao processo de privatização da Sabesp. No último mês, o governador viajou para a Europa com o objetivo de angariar financiamento e sustentação para os projetos no Estado.
A venda da Sabesp seria uma marca para a imagem de Tarcísio, cotado para ser o próximo candidato à presidência nas eleições de 2026. A movimentação, inclusive, poderia significar um aumento de R$ 40 bilhões no caixa do governo e a pauta é trabalhada com afinco pelo governador, que já prometeu benefícios às prefeituras com a venda da empresa.