Sempre surge na nossa memória críticas formuladas contra a construção e a inauguração da Estação Rodoviária de Ribeirão Preto, plantada no centro da cidade, ocasionando grandes dificuldades para os seus usuários e um excesso de veículos no trânsito local. Naquela época, autorizadas vozes propunham sua instalação nas dependências da empresa Matarazzo, local mais amplo e mais ao centro geográfico da urbanização.
O tema cresce na memória quando visitamos a Universidade de Oxford, na Inglaterra, como também o centro da cidade de Veneza.
Há poucos quilômetros da Universidade de Oxford, foi construído um pequeno núcleo urbanizado, com alguns restaurantes de diversas qualidades, lojas de muitas naturezas, tudo aparentemente bem organizado. Quem vai a Oxford deixa sua condução naquele elegante núcleo, toma um ônibus (ou outra condução) e, em minutos chega ao centro da cidade na qual se encontra instalada a Universidade.
Após a visita, toma uma condução e retorna para o núcleo inicial, sobe em seu veículo e volta para sua casa. Oxford está mais próxima do núcleo de estacionamento do que Bonfim para Ribeirão Preto. Coisa de bom e inteligente administrador público urbano!
Algo bem semelhante pode ser visto em Veneza. Aproximando-se do seu centro histórico, foi também instalado um bairro com a construção de requintados hotéis e de pontos de estacionamento de veículos. O visitante é convidado a estacionar o seu automóvel nas imediações, tomando, a seguir, um dos barcos ali ancorados, sendo transportado, sem nenhuma dificuldade para o centro histórico da cidade-museu. Para retornar, segue o mesmo caminho da chegada, voltando para seu ponto de retorno.
A cidade de São Paulo não dá valor à experiência consagrada por Oxford e Veneza.
Os numerosos veículos dirigidos diariamente para a cidade de São Paulo transportam muito mais passageiros do que aqueles dirigidos para Oxford e Veneza. Nem há termo de comparação! O fluxo é tão grande que diariamente há “engarrafamentos” de veículos, ou trágicos acidentes no palco da Pauliceia!
Há uma pequena estação ferroviária em Franco da Rocha na qual é possível tomar um trem ou um metrô para a cidade de São Paulo. Ainda não há finos restaurantes e nem hotéis. Instalando um novo sistema, em Franco da Rocha ou na sua vizinhança, quantos problemas poderiam ser evitados? Não saberíamos profetizar.
Se fosse possível adotar em nossas plagas a lição oxfordiana e veneziana, suponho que, num estalar de dedos, até mesmo por decisão governamental, seria instalado ali um amplo estacionamento para veículos, rodeado de lojas e restaurantes, para uso daqueles que pelas estradas de rodagem rumavam para São Paulo, para trabalhar ou realizar seus projetos com tranquilidade. Ao voltar, pelo “metrô” já estariam no rumo de sua casa.
Quantos automóveis deixariam de rodar pelas ruas paulistanas? Haveria um trânsito melhor? Os “engarrafamentos” desapareceriam? E a intoxicação pela queima de combustíveis? A população não enfrentaria um trânsito tão “atravancado”? E os acidentes muitos até mortais?
Frequentemente transitando pelas imediações de Franco da Rocha, a nossa memória é atropelada pela experiência consagrada pela Inglaterra em Oxford e pela Itália em Veneza. Transportar a experiência para a nossa terra seria marcada como um sucesso histórico.