A 15ª Vara Federal de Brasília (DF) recebeu denúncia contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, acusado por uma série de funcionárias do banco por assédio sexual e moral. Ele tem vindo com frequência a Ribeirão Preto para participar de eventos com ruralistas.
Acusado pelo Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente do banco estatal vai ser processado criminalmente na Justiça Federal em Brasília por suposto abuso de um grupo de mulheres. Em nota, o advogado José Luis Oliveira Lima, que representa Guimarães, “nega taxativamente a prática de qualquer crime e tem certeza que durante a instrução a verdade virá à tona, com a sua absolvição”.
Os detalhes da denúncia ainda não são conhecidos, pois a ação penal contra Pedro Guimarães tramita sob sigilo. Casos envolvendo assédio, sobretudo sexual, costumam tramitar em segredo de Justiça, como forma de preservar a intimidade das vítimas.
O caso veio à tona em meados do ano passado, quando uma reportagem do portal Metrópoles revelou as acusações de assédio feitas por cinco funcionárias da Caixa à ouvidoria da instituição. Outras vítimas apareceram após a repercussão, que levou Guimarães a ser demitido da presidência do banco.
Após as revelações, o MPF passou a investigar o caso, o que resultou na denúncia agora aceita pela 15ª Vara Federal de Brasília. Na acusação, constam depoimentos captados em vídeo das vítimas, que foram interrogadas pelos procuradores responsáveis. Com a abertura da ação penal, inicia-se uma nova fase de instrução do processo.
Acusação e defesa poderão solicitar novas diligências e, ao final, deverão apresentar as alegações finais, antes da sentença do juiz. Guimarães é alvo ainda de um outro processo, dessa vez na seara trabalhista, no qual o Ministério Público do Trabalho (MPT) pede indenização de R$ 30,5 milhões pelos danos causados. O executivo sempre negou todas as acusações.