A cesta de produtos que compõem a cesta de Páscoa está 14,8% mais cara neste ano, conforme dados acumulados em doze meses até fevereiro. O pacote inflacionou acima do Índice de Preços dos Supermercados (IPS), que no mesmo período aumentou 14,2%.
O bacalhau, prato tradicional e tão requisitado pelas famílias brasileiras para o feriado da Sexta-Feira Santa, apresenta uma alta de 7,4% nos últimos doze meses, sendo o grande vilão entre as proteínas que compõem a cesta de produtos típicos da época.
Em contrapartida, outros peixes, como corvina e a pescada aparecem como alternativa, com variação de -7% e 2% no mesmo período, respectivamente. A boa notícia, nesta Páscoa, é que a inflação dos alimentos vem recuando em 2023, segundo IPS.
O índice é apurado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em fevereiro, foi de 0,22%, mantendo a tendência de queda já registrada em janeiro, quando ficou em 0,45%.
E esse movimento traz um alívio à “cesta de Páscoa”, composta pelos produtos mais procurados na data. Esta é a segunda data de maior venda para o setor supermercadista em todo o Brasil, perdendo apenas para o Natal. Neste ano, a Associação Paulista de Supermercados estima um crescimento de vendas na data do coelhinho de 4,5%.
Chocolate
Com alta de 0,4% em fevereiro de acordo com o IPS, o preço acumulado do chocolate em doze meses foi de 12,1% em janeiro para 10,2% em fevereiro. O mesmo comportamento é observado em relação aos bombons: em fevereiro, o preço recuou 0,1% e em doze meses desacelerou 3,6 p.p., passando de 14,7% em janeiro para 11,1% em fevereiro.
Vários elementos entram na composição do preço dos ovos, desde insumos produtivos, como o chocolate, até a marca e os brindes presentes nas embalagens. Portanto, o consumidor deve encontrar uma grande variedade de preços dos ovos de Páscoa nas prateleiras dos supermercados.
Bacalhau e pescados
Um dos itens mais tradicionais da Páscoa, o bacalhau tem seu preço pressionado pela procura sazonal. O item apresentou alta de 1,4% em fevereiro e acumula aumento de 4,4% neste primeiro bimestre. Nos últimos doze meses encerrados em fevereiro, o bacalhau aumentou 7,4%.
O grupo de pescados, no entanto, vem mostrando estabilidade de preços e oferece boas opções de substituição ao bacalhau. Enquanto o bacalhau aumentou mais de 7%, os pescados, no acumulado em doze meses encerrados em fevereiro de 2023, aumentaram 3,65%.
A corvina e a merluza são exemplos de substitutos ao bacalhau, uma vez que nos últimos doze meses aferiram redução de preços na ordem de 3,5% e 1,3%, respectivamente. Os preços da cebola, da batata e do alho apresentaram quedas significativas neste primeiro bimestre: 40%, 7,25% e 4,35%, respectivamente. A azeitona também baixou 0,2%. O azeite de oliva aumentou 2,1% em fevereiro, acumulando alta de 10,2% em doze meses.
No entanto, no acumulado em doze meses, a cebola ainda acumula alta de 36,2% e a batata 11,7%. Portanto, nesta Páscoa, as tradicionais receitas de bacalhau com natas e bacalhau ao Brás estarão significativamente mais caras do que em 2022. A sugestão é diversificar os cardápios e experimentar novas receitas pascoais.
Vinhos
A bebida apresentou aumento de 0,6% em fevereiro. Mas, no acumulado do ano, a alta de 1,2% dos vinhos ficou bem abaixo do índice da categoria de bebidas alcoólicas, que registrou 2,44%. Em comparação com a Páscoa anterior, os vinhos aumentaram 7%, enquanto as cervejas 10,7%. Os vinhos aumentaram a uma taxa menor inclusive do que o próprio IPS.