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Servidores de RP já falam em greve

O funcionalismo público municipal vai decidir, em as­sembleia geral marcada para as 18 horas de sexta-feira, 31 de março, se aprova nova greve da categoria no início de abril. A Comissão de Política Salarial da Prefeitura de Ribeirão Preto en­viou ofício ao sindicato da cate­goria confirmando a proposta de reajuste salarial de 6% para os servidores.

O documento é assinado pelo secretário da Casa Civil, Alessandro Hirata. O governo Duarte Nogueira (PSDB) ofe­rece a correção da inflação acu­mulada em doze meses medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, indexador oficial de preços no Brasil), correspondente a 6%. Essa proposta já foi rejeitada pela categoria em assembleia re­alizada na noite de 21 de março.

A reunião ocorreu na sede do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Pre­to, Guatapará e Pradópolis (SSMRPGP), quando o fun­cionalismo público da cidade também aprovou indicativo de greve. A correção de 6% tam­bém atingiria o vale-alimenta­ção e o auxílio nutricional pago a aposentados e pensionistas do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM).

Outros itens propostos tra­tam da equiparação do tíque­te-alimentação para quem faz jornada de doze por 36 horas e a correção na base de cálculo do auxílio insalubridade. O fun­cionalismo de Ribeirão Preto quer reajuste salarial de 16,04% este ano. São 10,25% de aumen­to real – com base na evolução de crescimento da arrecadação municipal – e mais 5,79% para repor as perdas inflacionárias do ano passado, quando o IPCA fe­chou em 5,79%.

A tendência, segundo fon­tes ouvidas pelo Tribuna, é que os trabalhadores decidam por entrar em greve. Neste caso, o Sindicato dos Servidores terá que comunicar a prefeitura da decisão com 72 horas de ante­cedência e organizar a manu­tenção de 30% do efetivo nos serviços considerados essen­ciais. Ou seja, uma possível gre­ve só começaria à zero hora de quinta-feira, 4 de abril.

Assembleia
A pauta econômica da cate­goria foi aprovada durante as­sembleia geral, realizada em 27 de fevereiro, na sede do Sindi­cato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto. A data-base do funcionalismo público ribei­rão-pretano é 1º de março, por isso a proposta da prefeitura deve ser votada na sexta-feira.

Vale e abono
Os servidores também que­rem pedido de reposição de 20% no vale-alimentação e o pagamento de abono para todos os trabalhadores da ativa e ina­tivos, no valor de R$ 600, pelo período de um ano. Atualmente, o vale-refeição dos servidores que cumprem jornada de 40 horas semanais é R$ 978. Com o aumento, passaria para R$ 1.173,60.

Nos itens gerais, a categoria pede o pagamento de licença­-prêmio para todos os servido­res com o abono vencido, de preferência no mês de aniver­sário do trabalhador, e a com­pra de dez dias de férias. O sin­dicato justifica os dois pedidos devido ao que chama de “qua­dro reduzido de funcionários”.

Cenário
Ribeirão Preto tem 14.970 servidores na ativa e 6.400 aposentados e pensionistas que recebem benefícios do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM). “Quanto mais servidores estiverem tra­balhando, melhores serviços são prestados aos ribeirão-pre­tanos”, afirma o presidente do sindicato, Valdir Avelino.

Ano passado
O SSM-RP também defi­niu a criação de uma Comis­são Permanente de Negociação para a discussão dos itens não econômicos de cada secretaria, autarquia e fundação. No ano passado, os servidores tiveram aumento de 10,60%, retroati­vo a 1º de março (data-base), referente à inflação acumulada em doze meses, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Insti­tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O mesmo percentual inci­diu sobre o vale-alimentação dos servidores da ativa e no au­xílio nutricional dos aposenta­dos e pensionistas. Além disso, em dezembro, a prefeitura deu um abono de R$ 500 para cada um dos servidores municipais da ativa, no vale-refeição. A concessão atingiu oito mil tra­balhadores da administração direta e indireta, ao custo de R$ 5 milhões.

A pauta econômica, aprova­da na assembleia de 23 de feve­reiro, defendia reajuste salarial de 16,08%. Havia três anos que o funcionalismo de Ribeirão Preto estava sem reajuste sa­larial. Em 28 de maio de 2020, por causa da pandemia de co­ronavírus, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a lei número 173/2020 que con­gelou o salário dos funcionários públicos federais, estaduais e municipais até o final de 2021.

Greve
Em 2019, os servidores pro­tagonizaram a mais longa greve da história de Ribeirão Preto – teve início em 10 de abril e foi suspensa em 3 de maio, depois de 23 dias de paralisação e pro­testos. A categoria pedia reajus­te de 5,48% – 3,78% de repo­sição da inflação com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e mais 1,7% de aumento real.

Porém, não receberam um centavo de aumento. Em 2018, depois de dez dias de greve, que terminou em 19 de abril, foi concedido reajuste salarial de 2,06% com base no INPC, com acréscimo de 20% de ganho real, totalizando 2,5% de aumento.

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