Rui Flávio Chúfalo Guião *
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No ano de 2022, o Brasil emplacou 49.245 veículos eletrificados, que correspondem a 2,51% das vendas totais de 1.957.699 unidades no ano. Daqueles, 62% são híbridos, geram sua própria eletricidade e os elétricos puros, que necessitam de ser plugados na tomada, somaram 8.370 unidades, ou seja 0,42% da venda total.
Estes números indicam que o elétrico puro demorará para chegar a nosso mercado, embora os híbridos devam ser bastante produzidos , pois todas as montadoras estão desenvolvendo esses modelos.
A nível mundial, a situação é diferente. Em 2022, para uma venda anual de aproximadamente 81 milhões de veículos, os eletrificados representaram 10,5 milhões de unidades, ou seja, 13% das vendas gerais. E destes, 8 milhões são elétricos puros, sendo a China o seu maior mercado.
O carro elétrico nasceu da pressão das sociedades mais desenvolvidas, em busca de solucionar o problema da grande poluição que uma frota mundial superior a 3 bilhões de veículos causa ao Planeta. O veículo movido a eletricidade elimina as desvantagens do motor a combustão, com combustível gasolina ou diesel, que emite enormes quantidades de gases poluentes. Em alguns continentes, como a Ásia e a Europa, já representa expressiva parcela das vendas, estimuladas por programas de incentivo governamental.
As previsões das montadoras para este ano, em relação aos carros elétricos, são bastante otimistas e esperam-se novos recordes no volume desses veículos.
Junto com a implementação do carro elétrico, os governos correm para resolver uma contradição que este sistema apresenta: 65% da eletricidade mundial vem da queima de carvão ou outros combustíveis fósseis. Isto estimula as pesquisas sobre o uso do hidrogênio como combustível, com emissão zero, pois gera, em sua queima, vapor de água.
Já existem rodando automóveis movidos a hidrogênio, entretanto o seu custo está muito longe dos preços praticados nos veículos atuais, tornando sua aquisição proibitiva. Mas, como acontece com todas as novas tecnologias, pesquisas e desenvolvimentos técnicos levarão a um preço competitivo, em curto espaço de tempo.
O Brasil tem uma matriz energética privilegiada, com 86% da eletricidade originária de fontes limpas. Tem, no etanol, significativo combustível de baixa emissão de poluentes, usado no pioneiro sistema de motores flex, invenção nossa.
Entretanto, não pode deixar de seguir as pesquisas e as orientações das matrizes das fábricas locais, necessitando oferecer e produzir os chamados veículos eletrificados.
Estes se dividem em três tipos: os híbridos puros, que geram sua própria eletricidade; os híbridos plugáveis, que além de gerar sua própria energia, necessitam de carga na tomada elétrica; e os elétricos puros, que se carregam nas redes de energia.
Hoje, no mercado brasileiro, concorrem treze fabricantes desses veículos, sendo a Toyota detentora da maior participação de mercado, com dois produtos. Espera-se, para 2023, um crescimento de 8% na venda dos eletrificados.
CURIOSIDADES: Os cinco maiores vendedores mundiais de carros, no ano de 2022, foram: Toyota ( 10,1 mi ), Volkswagen ( 7,9 mi ), Hyundai/KIA ( 6,8 mi ), Renault/Nissan ( 6,4 mi ) e Stellantis ( 6,3 mi ).
Os 10 maiores mercados automobilísticos, em 2022, foram:
1º. China : 26,8 mi
2º. USA : 13,8 mi
3º. Índia : 4,7 mi
4º. Japão : 4,2 mi
5º. Alemanha: 2,9 mi
6º. BRASIL : 1,9 mi
7º. Reino Unido : 1,8 mi
8º. França : 1,7 mi
9º. Coreia : 1,6 mi
10º. Canadá : 1,5 mi
* Chairman da Santa Emília Automóveis e secretário-geral da Academia Ribeirãopretana de Letras