Tribuna Ribeirão
Economia

Medicamentos devem subir 6,8% 

O preço dos medicamentos deverá sofrer aumento até o fim do mês. O reajuste anual dos remédios decidido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) deve acontecer em 1º de abril e a expectativa é de que os produtos fiquem até 6,8% mais caros de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma).

A expectativa é que o reajuste, já autorizado pela CMED e que vai ocorrer em 1º de abril, venha entre 5,6% até 6,8% para repor a inflação acumulada em doze meses segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).

A previsão do Sincofarma está alinhada ao apontado pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma). Conforme publicado no jornal Valor Econômico na última semana, a entidade apontou que o reajuste seria de 5,6%, baseado no IPCA acumulado entre março de 2022 e fevereiro deste ano.

Embora pese no orçamento do consumidor, que ainda tem duas semanas para comprar medicamentos no preço antigo, o aumento previsto para este ano representa cerca de metade do reajuste autorizado pelo governo federal em 2022. No ano passado, o reajuste dos remédios ficou em 10,89%, o segundo maior desde 2005, atrás apenas dos 12,5% de 2016.

Treze mil produtos – O menor é de 2018, de 2,84%. Na definição da taxa de reajuste consta de resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), órgão interministerial responsável pela regulação do segmento. Segundo o Sindusfarma, o aumento dos preços deve atingir cerca de 13 mil apresentações de remédios disponíveis no varejo brasileiro.

Este percentual é o teto que pode ser aplicado pelos fabricantes. O índice leva em conta a inflação e o fator Y, divulgado na terça-feira (29) pela Cmed. O fator Y calcula os custos de produção não captados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o indexador oficial de preços –, como variação cambial e de preços de Insumos e tarifas de eletricidade.

Fórmula de 2002 – A base dessa fórmula criada para reajustar anualmente os preços dos remédios foi criada em 2002, quando os medicamentos foram divididos em três níveis em função do grau de concorrência e participação de genéricos no mercado.

Assim, se um medicamento faz parte da categoria com mais concorrência e, portanto, seu preço está sob maior pressão do mercado, maior deve ser o seu percentual de reajuste. No ano passado, o percentual de reajustes foi igual para as três categorias: 10,89% (nível 1); 10,89% (nível 2); e 10,89% (nível 3).

Inflação – Em 2021, a inflação oficial foi de 10,06%. O Sindusfarma destaca que os medicamentos subiram 3,75% em 2020, enquanto a inflação saltou para 15% no mesmo período, gerando uma defasagem de 11 pontos percentuais na recomposição dos preços. Naquele período, o preço dos medicamentos sofreu reajuste médio de 10,08%, ante inflação de 4,52% em 2020.

Entretanto, o Conselho de Ministros da CMED aprovou três níveis de aumento: 10,08%, 8,44%; e 6,79%, que variam conforme a competitividade das marcas no mercado. O reajuste anual no setor de medicamentos acontece, geralmente, em abril. Em 2020, o governo suspendeu os aumentos por 60 dias em razão da pandemia de covid-19.

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