ELEFANTES NAS ELEIÇÕES
Em uma eleição municipal de anos passados um dos candidatos recebeu o número 45 para disputar a vaga no Palácio Rio Branco. Os chamados “luas pretas”, os que se julgam sabedores de tudo e procuram passar ao candidato esta impressão, acharam que o melhor para estabelecer uma ligação com o povão era colocar elefantes, para ligar com o jogo do bicho, que à época corria solto na cidade. Conseguiram de um circo o aluguel de algumas elefoas, pois segundo diziam, os machos não eram importados. Eles podem ficar violentos em determinadas épocas do ano.
PERIPÉCIAS
A primeira dificuldade foi procurar vestir as elefantas. Compraram metros e metros de cetim para fazer uma capa com o número 45 e o nome do candidato. Costureiras ficaram noites em claro para costurar tanto pano. Depois, os rapazes que faziam parte da equipe tiveram que ficar atentos para não deixar os grandes animais com fome ou com sede, pois seriam perigosos. Os bombeiros deram uma mão e enchiam de hora em hora os tambores enquanto outro grupo “visitava” canaviais em busca do sustento de elefantes tão grandes e comilões. A dona dos elefantes que representava o circo toda hora aparecia no comitê e com as mãos na cintura, batia o pezinho e dizia: “os animais estão com fome e sede”. Lá iam os guapos rapazes para buscar cana e água e assim foi a campanha inteira, mais preocupados com as fêmeas dos elefantes que propriamente com as eleições.
ÚLTIMO DIA
No último dia em que era permitido o desfile político, tudo pronto, eis que o motorista da carreta avisou que não teria como entrar em ruas menores e nem os elefantes poderiam andar pelas vias pois seria perigoso se assustarem. E em cima da carreta desfilaram com seus mantos vermelhos com o número 45 e com o nome do candidato a prefeito. Não foram eleitos, nem as elefoas, elefantas ou aliás e muito menos o candidato. Mas no jogo do bicho muitos estouraram as bancas, pois deu elefante a semana inteira. 45 na cabeça.