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Palocci terá que devolver carros

Antonio Cruz/ABr

O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba (PR), determinou que Antônio Palocci – ex-mi­nistro dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) e ex-prefeito de Ribeirão Preto pelo PT em duas oportunidades (de 1993 a 1996 e de 2001 a 2002) –, de 62 anos, entregue quatro carros da marca Hyundai que estão em sua posse, mas já es­tavam bloqueados no bojo da extinta Operação Lava Jato.

Cinco dias
Appio mandou Palocci de­volver os veículos junto à Justiça Federal em Brasília. Delator da Lava Jato, o ex-ministro terá cin­co dias para entregar os veículos à 10ª Vara Federal do Distrito Federal, com os documentos. De acordo com despacho de Eduar­do Appio assinado na segunda­-feira, 13 de março, a medida foi decretada “para fins de futura e eventual venda judicial da frota pelo juízo competente, que dará a destinação aos valores obtidos, caso decida aliená-los em favor da União e/ou vítimas”.

Vendido
O documento registra que um outro veículo de Palocci já foi vendido, diretamente, por ordem da Justiça. O valor ar­recadado está depositado em conta judicial. A decisão foi assinada no âmbito de uma ação de bloqueio e sequestro de bens ligada ao processo que se debruçou sobre supostos re­passes de valores da Odebrecht ao Instituto Lula, para compra de um terreno para sediar o instituto e de um apartamento em São Bernardo do Campo.

STF
A ação foi enterrada por ordem do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, no último dia 18. No início de março, o juiz Eduardo Appio assinou des­pacho semelhante, atingindo o ex-presidente da Câmara, Edu­ardo Cunha, também alvo da antiga Lava Jato. O magistrado determinou que o ex-parla­mentar entregasse seis carros de luxo confiscados na operação.

Em dezembro de 2021, o ministro interino Jesuíno Rissa­to, do Superior Tribunal de Jus­tiça (STJ), decidiu anular uma das condenações do ex-minis­tro Antônio Palocci, do ex-te­soureiro do PT João Vaccari Neto, do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e outros dez investigados por desvios na Petrobras.

Condenação
Nesse caso, Palocci foi con­denado a doze anos de prisão, mas, posteriormente, assinou acordo de delação premiada. Em junho de 2017, o ex-minis­tro, João Vaccari, Renato Duque e ex-executivos da Odebrecht foram condenados pelo ex-juiz Sergio Moro, agora senador pelo União Brasil do Paraná.

Na ocasião, o magistrado avaliou como procedente a de­núncia do Ministério Público Federal (MPF) de que Palocci teria recebido propina para atuar em benefício da cons­trutora Odebrecht no contra­to de construção das sondas marítimas, envolvendo crime de corrupção e de lavagem de dinheiro, na dissimulação e transferência do valor das pro­pinas, especialmente ao PT.

Ao analisar um recurso da defesa de Vaccari Neto, o de­sembargador entendeu que atos processuais deveriam ser anulados e remetidos para a Justiça Eleitoral, juízo que tem competência para julgar o caso, que envolve crimes elei­torais conexos com comuns.

Na decisão, o magistrado se baseou no julgado do Supremo Tribunal Federal favorável à competência da Justiça Eleitoral para investigar casos de corrup­ção quando envolverem simul­taneamente caixa 2 de campa­nha e outros crimes comuns, como lavagem de dinheiro, que foram investigados na Lava Jato.

A decisão atendeu a um pe­dido da defesa de Vaccari Neto, que indicou a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo então juiz Ser­gio Moro durante a Lava Jato. O processo será agora remetido à Justiça Eleitoral.

Odebrecht
A denúncia da Lava Jato nesta ação penal tratava do chamado “Departamento de Propinas” da Odebrecht e acu­sava Palocci de negociar pa­gamentos ao PT com Marcelo Odebrecht. Os repasses eram supostamente facilitados por Vaccari Neto, e usados para pagar dívidas de campanhas.

Dentre os 15 réus da ação penal, onze assinaram acordos de delação premiada, como foi o caso de Marcelo Odebrecht. Ao todo,13 foram condenados em primeira e segunda instân­cias. Palocci foi condenado por Moro a doze anos e dois meses de prisão. Em segunda instân­cia, a pena foi fixada em nove anos e dez dias de reclusão. Vaccari Neto foi condenado a seis anos e oito meses.

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