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Conppac propõe tombar Metodista

O presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac), Lucas Ga­briel, anunciou na quinta-feira, 9 de março, a intenção de iniciar tratativas com a prefeitura de Ribeirão Preto para viabilizar o tombamento do prédio da anti­ga Escola Metodista.

A intenção foi comunicada por meio de ofício, enviado ao presidente da Comissão Especial de Estudos (CEE) da Câmara criada para acompanhar a insta­lação de uma unidade do Institu­to Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo na cida­de, Alessandro Maraca (MDB).

No documento, o presidente do Conppac afirma que com o tombamento seria mais fácil a instalação da unidade no local. Diz ainda que o imóvel histó­rico preenche os pressupostos de proteção do conselho do patrimônio por estar na área de ambiência da Catedral Me­tropolitana de São Sebastião, a Igreja Matriz de Ribeirão Preto, tombada como patrimônio de preservação histórica.

O presidente do Conppac afirmou ao Tribuna que mes­mo sem o tombamento, por estar em uma região com vá­rios imóveis tombados – deno­minada envoltória – qualquer obra a ser feita no prédio da Escola Metodista já precisa ser autorizada pelo Conppac.

Atualmente, existe no con­selho o pedido de um muníci­pe, protocolado em setembro do ano passado, que solicita o tombamento daquele imóvel. Fontes ouvidas pelo Tribuna afirmaram que a exigência de autorização do Conppac para qualquer obra no imóvel é ou­tro fator que dificultaria a ins­talação do IFSP no local.

Uma das mais tradicionais escolas da cidade, o Colégio Me­todista encerrou suas atividades no começo do ano passado. O anúncio ocorreu em 21 de janei­ro de 2022. A escola de 123 anos foi fundada por Leonora Smith no final do século XIX, em 1899. A sede da histórica instituição fica na rua Florêncio de Abreu nº 714, no Centro de Ribeirão Preto, onde atendia havia 108 anos, desde 1914.

O fechamento ocorreu por problemas financeiros da enti­dade, duramente afetada pela pandemia de coronavírus, de acordo com informações da Rede Metodista, mantenedora da escola. A crise começou em 2015 e teve início com a mudan­ça nas regras do Fundo de Fi­nanciamento Estudantil (Fies), mas foi agravada com a pande­mia de coronavírus.

Leonora Smith partiu de Piracicaba em 30 de agosto de 1899, chegando a Ribeirão Preto na mesma data, depois de um “longo e fatigante” dia de via­gem, hospedando-se na casa do pastor da Igreja Metodista, reve­rendo Jovelino de Camargo.

No dia 5 de setembro deste mesmo ano, com um culto de abertura, foi fundada em Ri­beirão Preto, sob a bênção de Deus, a Escola Metodista, que nas primeiras semanas, com apenas nove alunos, reuniu-se nas dependências da própria igreja local.

Da fundação até setembro de 1902, Leonora Smith esteve na direção do Colégio Meto­dista de Ribeirão Preto e, nestes três anos, o número de alunos matriculados saltou de nove para 60. No final de 1902, ela viajou para os Estados Unidos, retornando ao Brasil no início de 1905, reassumindo a direção da escola e nela permanecendo até o final de 1906.

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