Tribuna Ribeirão
Política

Vereador estuda devolver reajuste

MAX GALLÃO MESQUITA

Ramon Faustino (PSOL) afirmou ao Tribuna nesta quin­ta-feira, 2 de março, que ele e seu partido estão analisando como farão a devolução do rea­juste de 49,1% aprovado para os salários de vereadores, prefeito, vice, secretários, superinten­dentes de autarquias e demais cargos do alto escalão do gover­no municipal a partir de 1º de janeiro de 2025.

A proposta foi aprovada na Câmara de Vereadores em 23 de fevereiro, por 19 votos a um e duas ausências. Vai valer para o futuro prefeito e vereadores eleitos em 2024 e para quem for nomeado para os demais cargos a partir de 2025. Ramon Faustino vai reembolsar o “va­lor extra” caso seja reeleito.

De acordo com a proposta, o subsídio mensal do prefeito passará dos atuais R$ 23.054,20 para R$ 34.384,86, aumento de R$ 11.330,66. Já o do vice­-prefeito saltará dos atuais R$ 11.527,10 para R$ 17.192,43, um reajuste de R$ 5.665,33.

O salário dos futuros secre­tários municipais, que recebem o mesmo valor do vice-prefei­to, será igual. O vencimento dos futuros vereadores subirá dos atuais R$ 13.809,95 para R$ 20.597,25, aumento de R$ 6.787,30. A remuneração dos diretores superintendentes das autarquias municipais vai subir.

Assim como o vencimento dos presidentes das empre­sas municipais, cujo controle acionário pertença ao mu­nicípio, mas ficará limitado ao valor estabelecido para os secretários e o vice – de R$ 17.192,43 – e será fixado na forma da lei e dos estatutos sociais, de cada empresa.

Na capital paulista, o ho­lerite de um vereador está na casa dos R$ 14 mil. No Rio de Janeiro, R$ 16 mil e em Belo Horizonte, R$ 18 mil. A reportagem questionou Faus­tino sobre o que faria com os R$ 6.787,30 a mais caso o pro­jeto de lei número 022/2023 seja sancionado pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB) e o parlamentar, reeleito.

Ramon Faustino, que deve tentar a reeleição em 2024, foi o único vereador a votar con­tra a aprovação do projeto. As vereadoras Duda Hidalgo (PT) e Judeti Zilli (PT, Coleti­vo Popular) não participaram da sessão por estarem afasta­das por licença médica.

Uma hipótese cogitada pelo vereador é doar a dife­rença salarial para entidades assistenciais. Seriam escolhi­das em comum acordo entre o parlamentar reeleito e o parti­do. Segundo Ramon Faustino, o reajuste aprovado não foi discutido com a população e os impactos na economia da cidade não foram avaliados.

Ele estima que o reajuste provocará impacto financei­ro de cerca de R$ 30 milhões por ano para o município. A ideia de Faustino deve esbar­rar na própria Câmara. Antes da eleição, ainda neste ano, terá de convencer seus pares a alterarem a lei número 4.393, de 15 de setembro de 1983, e a lei número 7.851, de 16 de outubro de 1997.

De acordo com o proje­to de lei 022/2023, em caso de eventual renúncia integral ou parcial ao recebimento dos no­vos salários, pelo prefeito, vice e vereadores eleitos nas eleições municipais de 2024, os valores renunciados serão destinados diretamente ao Fundo Social de Solidariedade como doação incondicionada.

Na terça-feira, dia 28, o promotor do Patrimônio Pú­blico de Ribeirão Preto, Sebas­tião Sérgio da Silveira, instau­rou inquérito civil para apurar eventuais irregularidades na tramitação do projeto. O Mi­nistério Público de São Paulo foi provocado por sete entida­des de classe da cidade, contrá­rias ao reajuste dos subsídios. Se forem constadas irregulari­dades, será proposta uma ação civil pública. Caso contrário, o assunto será encerrado.

Justificativa
“Este projeto de lei prevê, para janeiro de 2025, o rea­justamento de 35,56% mais a projeção de inflação de 5,79% em 2023, e de 4% em 2024, que, espera-se, mantenham o valor real dos subsídios diante da inflação futura, em compa­tibilidade com o artigo 37 da Constituição Federal, que es­tabelece a revisão periódica de subsídios, de forma a garantir sua irredutibilidade”, diz parte da justificativa do projeto.

Despesa
Segundo a proposta, com o reajuste estima-se que, para 2025, o impacto orçamentário e financeiro no poder Executivo será de R$ 1.291.695,24, man­tendo-se nos anos de 2026 e 2027. Já no Legislativo a estima­tiva é que, para 2025, o impacto orçamentário e financeiro será de R$ 1.791.847,20, mantendo­-se nos anos de 2026 e 2027.

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