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Secretário propõe aumento escalonado para Polícias

Capitão Derrite participou de reunião ordinária na ALESP, onde garantiu que não vai estimular confrontos em operações policiais e que pretende causar “asfixia financeira” ao crime organizado

Por: Adalberto Luque

O secretário da Segurança Pública do Estado, Guilherme Muraro Derrite, compareceu na tarde desta terça-feira (01) à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para uma reunião ordinária na Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários da casa.

Durante o encontro, ele disse aos deputados que, por intermédio da Resolução 007/2023, criou um Grupo de Trabalho para estudar o reajuste e recomposição salarial dos policiais civis, militares e técnico-científicos.

O último índice, de 20%, havia sido aplicado em março de 2022. Derrite, todavia, surpreendeu ao anunciar um reajuste maior para as carreiras menos graduadas nas três Polícias.

“[Queremos] fazer com que o segundo sargento, o primeiro sargento, tenham um percentual maior. Para que o cabo que trabalha lá em Araçatuba, o investigador de Polícia, que fica um bom período da carreira nessa graduação, nesse posto, quero valorizar esse cara. O percentual é maior para fazer com que os melhores queiram fazer escola de sargento. Queiram progredir na Polícia Civil, queiram se tornar delegados de Polícia”, adiantou aos deputados.

O secretário explicou que, atualmente, os salários pagos aos policiais paulistas em suas carreiras de início, ocupam a 22º posição entre todos os estados e Distrito Federal. “Pela nossa proposta, iria por volta da 10ª a 11ª colocação”, garantiu.

O projeto foi apresentado ao governador, que deve se reunir com o secretário da Fazenda para analisar sua viabilidade. Derrite espera poder anunciar o reajuste em março, data base dos servidores públicos estaduais que, segundo ele, há vários anos não vem sendo respeitada.

Santiago, do Sinpol, gostou da proposta mas lembra que faltam pelo menos 15 mil policiais civis para o Estado (Foto: Sinpol/Divulgação)

Otimismo

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Região de Ribeirão Preto (Sinpol), Célio Antônio Santiago, vê a medida com muito otimismo. “Da última vez que um Grupo de Trabalho foi criado, há mais de 10 anos, pelo então governador Geraldo Alckmin, não deu em nada. E ficamos vários anos sem ter reajuste. O policial está desmotivado. Além de trabalhar por dois – pois temos uma falta de mais de 15 mil policiais civis no Estado – ainda é mal remunerado”, avalia.

Santiago também acha muito justo o reajuste escalonado, para contemplar as carreiras menos graduadas. Para ele, é uma forma de promover justiça, aplicando reajustes maiores para quem menos ganha. “Mas não podemos deixar de cobrar mais policiais civis, além da criação de um plano de carreira”, conclui.

Violência

Derrite também falou sobre as metas propostas para os 100 dias. Garantiu aos deputados que sua linha de trabalho não envolve o incentivo à violência nas operações policiais. “Não vamos estimular o confronto”, disse o secretário.

Destacou a queda nos índices de criminalidade no Estado – embora em Ribeirão Preto, os casos de estupro, por exemplo, tenham registrado alta recorde: em janeiro foram 24 ocorrências de estupro, número jamais visto na série histórica de estatísticas, disponibilizada pela SSP deste janeiro de 2001.

Quanto ao crime organizado, o secretário garantiu que vai trabalhar pela “asfixia financeira” das organizações criminosas e usar tecnologia e inteligência para combater suas ações. “Combate ao crime organizado é um dos pilares da nossa gestão”, encerrou.

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