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Elize Matsunaga é alvo de nova investigação

José Maria Tomazela (AE)

Condenada a mais de 16 anos por ter matado e esquar­tejado o corpo do marido Mar­cos Kitano Matsunaga, Elize Matsunaga, de 41 anos, está sendo investigada pela Polícia Civil por suposto uso de docu­mento falso. Ela teria adultera­do um atestado de anteceden­tes criminais para conseguir emprego em uma empresa de construção civil, em Sorocaba. A ex-detenta cumpre pena em liberdade condicional.

Seleção
Na segunda-feira, 27 de fe­vereiro, Elize foi conduzida pe­los policiais a um distrito po­licial, mas foi liberada depois de prestar depoimento. Con­forme a investigação, no final do ano passado, ela participou do processo de seleção de uma construtora, em Sorocaba, para a função de acompanhar obras em condomínios.

Antecedentes
Ao apresentar a documen­tação, ela teria usado o atesta­do de antecedentes de outra pessoa, sobrepondo no docu­mento seu nome de solteira, Elize Araújo Giacomini. A suposta falsificação foi denun­ciada e resultou em inquérito aberto no 8º Distrito Policial. Sem conseguir o emprego, se mudou para Franca e passou a trabalhar como motorista de aplicativo.

Na segunda-feira, equipes de policiais civis realizaram di­ligências em Sorocaba e Franca para cumprir um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. Elize, no entanto, estava se deslocando em seu Honda Fit justamente para Sorocaba e foi abordada na chegada à cidade. Conduzida ao distrito policial, ela prestou depoimento na presença do advogado e foi liberada.

Defesa
À polícia, ela negou que te­nha sido autora da falsificação. O advogado de Elize, Luciano Santoro, disse que sua cliente nega com veemência a falsifi­cação. Segundo ele, o artifício não seria necessário, pois o processo em que a mulher foi condenada pela morte do ma­rido ainda não transitou em julgado, ou seja, não foi encer­rado definitivamente.

Com isso, seu atestado sairia sem o apontamento de antecedentes criminais. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Pau­lo informou que a Polícia Ci­vil de Sorocaba realizou uma operação denominada “Nada Consta” para verificar denún­cia anônima sobre falsificação de documentos. “Durante di­ligências, a polícia identificou que uma egressa do sistema prisional estava utilizando um atestado de antecedentes cri­minais falsificado”, disse.

Ainda segundo a pasta, a irregularidade foi comprova­da após exames periciais que resultaram na instauração de inquérito policial e, mediante ordem judicial, dando cumpri­mento a um mandado de bus­ca e apreensão. Sem citar Elize Matsunaga, a nota confirma que a autora foi levada à dele­gacia e formalmente indiciada pelo crime de uso de docu­mento falso. Um notebook e o aparelho celular foram apreen­didos e periciados.

O crime
Elize Matsunaga matou com um tiro na cabeça o ma­rido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, dono da indústria de alimentos Yoki, em maio de 2012, no aparta­mento do casal, na Vila Leo­poldina, em São Paulo. Em seguida, ela esquartejou o cor­po, colocou as partes em sacos e usou seu carro para espalhar os pedaços em áreas verdes da Região Metropolitana.

Durante a investigação, Elize confessou o crime e ale­gou que o marido a agredia e a traía. Condenada inicial­mente a 19 anos e onze me­ses de prisão, seu advogado entrou com recurso e, em 2019, ela teve a pena reduzi­da para 16 anos e três meses por ter confessado o crime. Em maio de 2022, após cum­prir dez anos de prisão e re­gistrar bom comportamento na Penitenciária Feminina de Tremembé, ela obteve a pro­gressão para o regime aberto.

Depois de tentar o em­prego em Sorocaba, Elize se mudou para Franca, onde trabalha como motorista de aplicativo. A empresa Ma­xim confirmou que a ex-de­tenta está cadastrada em sua plataforma e atua como mo­torista de aplicativo usan­do o nome de solteira, Elize Araújo Giacomini.

Ela foi aprovada no proces­so de cadastramento e seleção e figura como “bem avaliada” pelos passageiros. Pessoas que utilizaram os serviços de Eli­ze a descreveram como uma motorista discreta e respeito­sa. A ex-detenta deve cumprir a pena em liberdade, com res­trições, até 2028.

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