Tribuna Ribeirão
Justiça

Moraes manda soltar 173 vândalos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou entre se­gunda (27) e esta terça-feira, 28 de fevereiro, a soltura de 173 presos durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando ra­dicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília – os alvos foram o Pa­lácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do STF.

Os investigados colocados em liberdade provisória fo­ram detidos no acampamento em frente ao QG do Exército e são acusados de incitação ao crime e associação criminosa. Agora, eles poderão deixar o sistema carcerário do Distri­to Federal e retornar a seus Estados de origem – ao todo 14 – para o cumprimento de medidas cautelares alterna­tivas, inclusive com o uso de tornozeleira eletrônica.

Liberdade
O magistrado entendeu que os investigados não são apontados como financiado­res ou executores principais dos atos extremistas, e assim podem responder em liber­dade às acusações apresen­tadas pela Procuradoria-Ge­ral da República. Segundo o Supremo, no bojo das apura­ções sobre a ofensiva golpista, 767 pessoas seguem presas e mais de 600 foram liberadas para responder em liberdade com cautelares.

Ao analisar a situação dos acusados, Alexandre de Mo­raes levou em consideração que a maioria tem a condição de réu primário e filhos me­nores de idade. O grupo foi denunciado por incitação ao crime e associação criminosa. Ao determinar a soltura dos investigados, Moraes deter­minou que eles fossem notifi­cados a apresentar defesa pré­via sobre as acusações da PGR em 15 dias.

As decisões foram profe­ridas no bojo do processo em que foram determinadas as prisões preventivas de investi­gados pela ofensiva antidemo­crática que deixou um rastro de destruição no Congresso, Planalto e Supremo. Após a análise das prisões em flagran­te, 942 investigados foram co­locados em regime de prisão que não tem data para acabar.

Estados
O processo tramita em si­gilo na Corte máxima. Foram abarcados pelas decisões in­vestigados de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Pará, Alagoas, Pernambuco e Espírito San­to. Eles terão 24 horas para se apresentar ao juízo da comarca onde moram, devendo passar pelo mesmo procedimento to­das as segundas-feiras.

As medidas cautelares al­ternativas à prisão impostas aos investigados libertos in­cluem a proibição de deixar o local onde moram, assim como o recolhimento domici­liar, durante a noite e aos fins de semana, com o uso de tor­nozeleira eletrônica. Eles não podem usar as redes sociais nem se comunicar com outros envolvidos nos atos golpistas.

Os beneficiados pelas deci­sões de Alexandre de Moraes também tiveram seus passa­portes cancelados e ainda de­vem entregar os respectivos documentos à Justiça. Além disso, foram suspensos even­tuais documentos de porte de arma de fogo e Certificados de Registro de colecionador, ati­rador ou caçador (CAC).

Denúncias
A Procuradoria-Geral da Re­pública (PGR) apresentou, nos últimos dias, ao Supremo Tribu­nal Federal 80 novas denúncias contra pessoas presas em fla­grante após invadirem e depre­darem as sedes dos três Poderes. Ambos têm relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Entre os denunciados nos últimos dias estão 44 acusa­dos por crimes de incitação equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais e as­sociação criminosa, cuja pena máxima pode chegar a três anos e três meses de reclusão.

Outras 36 pessoas foram acusadas por crimes mais gra­ves, praticados com violência e grave ameaça, cuja pena máxi­ma pode superar 30 anos. Nesses casos, os denunciados respon­dem pelos crimes de associação criminosa armada; abolição vio­lenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado.

O Ministério Público Fede­ral (MPF) solicitou a revogação da prisão de 202 acusados por crimes leves, cuja pena máxi­ma não chega a quatro anos. Quanto aos acusados por cri­mes graves, ou seja, praticados com violência e grave ameaça, o MPF pediu a manutenção da prisão cautelar. Esse grupo é composto por 58 pessoas.

Sete moradores da macror­região de Ribeirão Preto com prisões em flagrante converti­das em preventiva foram deti­dos no Distrito Federal. A lista foi atualizada nesta terça-feira, 28 de fevereiro, pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do DF (Seape­-DF). Os nomes dos suspeitos continuam na relação.

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