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Deus perdoa sempre, o homem às vezes, a natureza jamais!

Todos os dias temos assistido desastres climáticos. Uns mais assustadores do que outros. Terremotos na Turquia e Síria, as já sempre esperadas enchentes de verão em nosso amado Brasil, com desabamentos de morros derrubando casas e levando não somente os imóveis, mas ceifando vidas e mais vidas, rodovias se partindo ao meio, avenidas de grandes metrópoles e cida­des menores mais parecendo rios com correntezas violentas arrastando tudo que encontram pela frente, como automóveis e nem por último pessoas.

Os geólogos têm dito que tudo isso já é previsto. Que desastres naturais acontecem mesmo, de tempos em tempos, que placas subterrâneas se movem e com isso há a erupção de vulcões adormecidos e que terras tremem, marés sobem vultu­osamente com tais deslocamentos.

Os ambientalistas advertem há décadas, de que o desrespei­to para com a natureza surpreenderá os habitantes do Planeta com catástrofes, como as que assistimos agora. Desmatamentos, explorações e grilagens ilegais, invasões irregulares de Biomas, que deveriam ser protegidos tanto pelo Estado como por seus cida­dãos, as tímidas políticas públicas, que contemplam especialmente moradias dignas para 17 milhões de brasileiros que ainda vivem em barracos, comunidades (favelas), nas encostas de morros perigosos, criaturas humanas obrigadas a viverem como bichinhos engaiolados, por conta de uma Cultura de Sobrevivência.

A ganância de alguns que se endeusam sobre a maioria das pessoas, pode ser uma atitude que promova as catástrofes naturais, a cada ano mais frequentes. Porém, na hora em que a natureza reclama seu espaço de volta, não escolhe pobres ou eco­nomicamente privilegiados. É verdade de que os mais vulnerá­veis, aqueles que sobrevivem em casebres, barracos nas encostas dos morros que tantas vezes deslizam, são os que mais sofrem e até morrem nessas tragédias. Mas a natureza também engole automóveis importados, mansões, sítios e fazendas de alto nível.

Há poucos anos os desastres naturais atingiram a região serrana do estado do Rio de Janeiro. No ano passado foi novamente a vez de Petrópolis. Outras regiões do País, como Pernambuco, Bahia, Minas Gerais tampouco escapam de tragédias parecidas. Enquanto o verão deste ano castiga a região Sul, como o Rio Grande do Sul, com a falta de chuvas, exigindo o racionamento de água potável, causando a perda imensa de colheitas de alimentos, castiga o litoral paulista, causando estragos incalculáveis e ceifando dezenas de vidas. E assim foram interrompidos tantos sonhos de pessoas queridas e trabalha­doras, que ao longo de um ano inteiro economizaram seu dinheiri­nho para usufruir os feriados de Carnaval em praias que há mais de 70 anos não viam tamanha tragédia natural.

De quem seria a responsabilidade de tudo isso? Penso que é hora de olharmos para dentro de nós. Procurar culpados fora de nós, pode não nos responder à pergunta: De quem é a culpa? De Deus? Do Homem? Da Natureza? Ora, Deus perdoa sempre, o homem de vez em quando, a natureza jamais.

Enquanto não tomarmos consciência da parcela de nossa responsabilidade pessoal diante do meio ambiente, da natureza tão perfeita que de graça recebemos para viver felizes e não simples­mente sobrevivermos, os desastres naturais continuarão ocorren­do, talvez não apenas nos próximos verões, mas em qualquer uma das estações. Penso que a urgente atitude nossa deve ser o respeito. O respeito talvez não resolverá o estrago já feito, mas ajudará a amenizar nossas condições de vida, como seres humanos.

Respeitemos com ternura e gratidão a Deus que perdoa sempre, ao homem que perdoa de vez em quando e a natureza que não perdoa jamais.

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