Tribuna Ribeirão
Economia

Juro do cartão sobe para 411,5% ao ano

Mesmo após o fim do ciclo de alta da Selic, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 3,8 pontos percentuais de dezembro para janeiro, in­formou nesta segunda-feira, 27 de fevereiro, o Banco Cen­tral. A taxa passou de 407,7% para 411,5% ao ano.

O rotativo do cartão, junta­mente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 179,6% para 182,1% ao ano.

Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 92,9% para 94,9%. Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transfe­rir, após um mês, a dívida do ro­tativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.

A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado. A taxa média de juros no crédito livre subiu de 41,7% ao ano em dezembro para 43,5% em janeiro.

No primeiro mês de 2022, era de 35,3%. Para as pesso­as físicas, a taxa média de ju­ros no crédito livre passou de 55,4% para 55,6% ao ano de dezembro para janeiro, en­quanto para as pessoas jurídi­cas foi de 23,1% para 25,3%, informa o Banco Central.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa apenas os­cilou de 132,1% ao ano para 132,0% ao ano de dezembro para janeiro. No crédito pes­soal, porém, a taxa passou de 40,9% para 41,7% ao ano.

Desde 2018, os bancos es­tão oferecendo um parcela­mento para dívidas no cheque especial. A opção vale para dé­bitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos ju­ros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Veículos
Os dados divulgados pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veícu­los, os juros foram de 28,7% ao ano em dezembro para 29,0% em janeiro. A taxa média de ju­ros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 30,1% ao ano em dezembro para 31,2% ao ano em janeiro. No primeiro mês de 2022, estava em 25,6%.

Inadimplência
A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos subiu de 4,2% para 4,5% de dezembro para janeiro, informou o Banco Central. Esse é o maior patamar desde maio de 2018 (4,6%). Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência subiu de 5,9% para 6,1% de um mês para o outro, o maior nível desde novembro de 2016 (6,1%).

No caso das empresas, teve alta de 2,1% para 2,3% no pe­ríodo, o maior desde maio de 2020 (2,4%). A inadimplência do crédito direcionado (recur­sos da poupança e do BNDES) passou de 1,2% para 1,3% em janeiro ante dezembro. Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mos­tra que a taxa de inadimplência variou de 3,0% em dezembro para 3,2% em janeiro, mesmo porcentual de maio de 2020.

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