A mentira ganhou foro de verdade no último governo da Republica do Brasil. Antes do governo até, a mentira correu solta criando verdadeira muralha, entre a verdade factual e o espírito de muitos brasileiros. Muitos representam determinada indicação de quantidade que não demonstra se pobre, se rico, se crente, se evangélico, se ateu, ou de qualquer outro perfil.
Vi pessoas da melhor qualidade ética, caindo na onda da mentira, em nome da virtude ética, e que, ainda, hoje, repetem mantras que não têm nada a ver com a verdade histórica ou jurídica.
Uma das vítimas desse ataque mentiroso da mentira repetida mentirosamente é a suposta “caixa preta” do Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES, empresa pública federal, nascida em 1951, no segundo governo de Getúlio Vargas, com o fim social de incentivar o desenvolvimento do Brasil, com financiamento de longo prazo destinado a todos os segmentos da economia. No último governo, porém, passou a financiar a mediocridadae dele.
E nesse jogo da mentira era aguardada com a maior ansiedade a abertura da “caixa preta” do BNDES, ora por pessoas que acreditam na luta contra a corrupção, ora por interesseiros em jogar lama, na existência de pessoas de reputação ilibada.
Um dia, no programa de rádio da Jovem Pan, que era ouvido por milhares ou milhões e pessoas, os jornalistas só faltavam babar com a hipótese de abertura pública da “caixa preta”, cuja existência era dita com tal convicção, que era difícil não acreditar na existência dela.
Então, vai ao programa da rádio o presidente do BNDES, o economista Rabello de Castro nomeado logo após o golpe do impeachment de 2016.
A malta de jornalistas exigiu dele o compromisso de retornar à emissora, depois de 30 dias, só para falar do que encontraria, nas gavetas e nos arquivos do BNDES, justamente na “caixa preta”, que era anunciada pela malta de políticos de direita, ensandecidos pela perspectiva da revelação do podre das finanças do BNDES.
O sóbrio economista Rabello de Castro voltou à emissora depois de trinta dias e ali, diante da baba dos virtuosos radialistas que antecipadamente transbordavam de prazer, ouviu do entrevistado o que eles não queriam saber.
Não há caixa preta alguma, disse com suas palavras o economista. Não há irregularidade alguma no BNDES. Lá têm técnicos competentes, pessoas honradas, que trabalham limpo, cumprindo a lei. Uma decepção! A empresa pública como exemplo de cumprimento da lei!
Não era possível para eles, nem para tantos que ouviram, durante todo o tempo, a mesma mentira repetida tantas vezes. Empresa pública exemplar no Brasil? Não era possível.
A mentira não se entregou. Foi contratada auditoria norte-americana, para analisar milhões de documentos, e garimpar o que a desonestidade deixara como digital.
A auditoria norte-americana apresentou ao Brasil judiado, maltratado, que “caixa preta” não existe. Por isso tal caixa é mera invenção para indispor e revoltar a população.
A contratação de auditoria norte americana comprovou o que dissera o economista brasileiro Rabello de Castro. Nada há de irregular no BNDES. Há técnicos competentes, seguidores das leis, e todos os investimentos foram feitos com garantia e segurança e de acordo com a lei.
Essa é uma das mentiras exuberantemente desmentidas, na história recente do país. Ela custou ao bolso do contribuinte brasileiro a bagatela de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), em razão da mentira deslavada e repetida, repetida, na política do discurso do ódio.