O terremoto de 7,8 graus na Escala Richter que abalou o sul da Turquia e o norte da Síria, no dia 6 de fevereiro, alcançou a marca de quinto evento extremo mais letal do século. O número de mortos ultrapassou 50.000 nesta sexta-feira (24). Foi o pior abalo sísmico desde 1939 na região.
Até ontem, haviam sido confirmadas 44.218 mortes na Turquia, informa a Autoridade de Gestão de Desastres e Emergências (AFAD). A vizinha Síria registrava 6.700 óbitos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), totalizando 50.918 vítimas nos dois países.
Foi o pior abalo sísmico desde 1939 na região. A terra treme a cada quatro minutos em território turco. Superou o tremor de 11 de março de 2011, que provocou um tsunami no Japão, matando cerca de 20 mil pessoas, e o de 6,6 graus de 26 de dezembro de 2003, no Irã.
Em 8 de outubro de 2005, mais de 73 mil pessoas morreram vítimas de terremoto de 7,6º no Paquistão. Em 12 de maio de 2008, terremoto de 7,8 graus na China matou 87.600. O pior evento extremo foi o terremoto de 7 graus na Escala Richter que destruiu o Haiti.
Em 13 de janeiro de 2010, causou 316.000 mortes. O segundo foi o terremoto de 9,3 graus na Escala Richter, em Sumatra, na Indonésia. Seguido de tsunami, em 26 de dezembro de 2004, no Oceano Índico, que causou cerca de 230 mil mortes.
Pior catástrofe natural
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o terremoto foi a “pior catástrofe natural” em 100 anos na região europeia. “Estamos testemunhando o pior desastre natural na região da Europa da OMS em um século e ainda estamos medindo sua escala”, disse Hans Kluge. Cerca de 26 milhões de pessoas “precisam de assistência humanitária” nos dois países.
Autoridades da Turquia estão investigando empresas de construção civil suspeitas de violarem padrões de segurança. Até quinta-feira (23) já haviam sido identificados 564 suspeitos. Desde o dia 6, quando o terremoto de 7,8 graus na Escala Richter abalou o sul da Turquia e o norte da Síria, 160 pessoas foram detidas. A sequência de tremores atingiu onze províncias turcas.
Segundo o ministro do Interior da Turquia, Suleyman Soylu, 313 mil tendas foram montadas para abrigar a população afetada pelos abalos e 100 contêineres habitáveis serão disponibilizados nas regiões mais atingidas. Até ontem, 865.000 pessoas estavam morando em tendas e 32.500 em contêineres.
Desde 6 de fevereiro, já foram computados 7.930 abalos. Em um segundo terremoto, de 6,4 graus, em 20 de fevereiro, ao menos oito pessoas morreram. Mais de 600 mil habitações e 150 mil prédios comerciais sofreram danos moderados desde o dia 6, além da destruição completa de 165 mil edifícios com 530 mil apartamentos.
A Turquia emitiu nesta sexta-feira (24) regulamentos de reconstrução para a região devastada pelos terremotos no início deste mês permitindo que empresas ou instituições de caridade ajudem na tarefa de construir novas casas para os milhões que precisam de realojamento após os tremores.
O governo do presidente Tayyip Erdogan enfrentou críticas sobre o que muitos turcos disseram ser uma resposta de emergência lenta ao primeiro terremoto. Também criticam a regulamentação para construções, que não impediu que milhares de prédios desmoronassem sobre as vítimas quando o desastre ocorreu.