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Gasolina vai ficar mais cara no país

A equipe econômica sina­lizou que o governo irá voltar mesmo a cobrar os impostos federais sobre combustíveis em março. A medida provisória (MP) que desonera o Progra­ma de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Finan­ciamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a gasolina e o etanol, editada no governo Jair Bolsonaro (PL) e prorrogada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), termina no dia 28 de fevereiro.

Na última sexta-feira, 17 de fevereiro, após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o economista-chefe da corretora Warren Rena, Felipe Salto, confirmou a volta da tri­butação. Na quarta-feira (22), o número 2 da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou que, até agora, a decisão é pela reoneração. “A informação que nós temos hoje é de que sim, a desoneração ter­mina agora no dia 28”, disse.

“No momento, como está no ponto de vista legal, no dia 28 se encerra o subsídio sobre gasolina. É isso que a gente tem colocado no momento. Mas sempre essas avaliações são considerando uma série de ou­tras perspectivas para além da econômica”, afirmou.

Nesta quinta-feira (23), o chefe do Centro de Estudos Tri­butários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou que, conforme a MP editada pelo governo federal no início de janeiro, a reoneração da gasolina está prevista para o começo de março. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tinha encontro marcado com Lula no final da tarde de ontem.

A desoneração de impostos federais sobre combustíveis foi aprovada no ano passado, du­rante o governo do presidente Jair Bolsonaro, a fim de mini­mizar a alta de preços em meio à corrida eleitoral. A medida foi prorrogada por dois meses pelo presidente Lula no dia 1º de janeiro.

Impacto na bomba
Com o fim da desoneração, a gasolina deverá aumentar em R$ 0,68 por litro nos postos, se­gundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O aumento acontece em um mo­mento em que a Petrobras tem alguma gordura para queimar, por praticar preços mais altos do que o mercado internacional.

Sua concorrente principal no Brasil, a Refinaria de Matari­pe, na Bahia, reduziu na última quarta-feira o preço da gasolina em R$ 0,29 por litro. Nas contas da Abicom, sem a prorrogação da isenção, o impacto da volta dos impostos no preço da gasoli­na nas refinarias será de R$ 0,79 pelo PIS/Cofins e de R$ 0,10 pela “Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide)”. Nos postos, após a mistura do etanol, o impacto total do retorno dos impostos na gasolina será de R$ 0,68 por litro.

Já o etanol hidratado, com a mistura de 27% por litro de ga­solina, deve subir R$ 0,24 por litro nos postos. Na comparação com os preços praticados no mercado internacional, a venda da gasolina nas refinarias da Pe­trobras está em média 8% mais cara, enquanto o diesel está com o preço 7% superior.

Essa diferença correspon­de a uma possível queda de R$ 0,23 por litro no caso da ga­solina e de R$ 0,25 no diesel. Se levado em conta apenas o mercado da Bahia, onde opera da única refinaria relevante pri­vada, a Refinaria de Mataripe, a alta em relação ao mercado externo chega a 10%, informa a Abicom, mesmo após a redu­ção da semana passada.

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