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Aumentam os casos de câncer

O câncer é, há muito tem­po, um dos principais pro­blemas de saúde pública no mundo. A situação fica ainda mais preocupante quando as estimativas apontam que, nos próximos anos, os núme­ros de casos da doença irão aumentar. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCC), entre 2023 e 2025 são esperados 705 mil novos casos de câncer no Brasil, ou seja, muitas pessoas serão diagnos­ticadas, principalmente as que estão localizadas nas regiões Sul e Sudeste, onde estão con­centradas 70% da incidência.

Com o propósito de incen­tivar a conscientização da so­ciedade sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e da ampliação de políticas públicas associadas ao comba­te à doença, foi criado o “Dia Mundial do Câncer” (World Cancer Day) – mobilização internacional celebrada em 4 de fevereiro.

De acordo com o cirurgião oncológico Ricardo Gama, do Hospital de Amor de Barre­tos, referência em tratamento da doença, isto se deve ao en­velhecimento da população. “As pessoas estão vivendo mais e, consequentemente, envelhecendo mais. Por isso, a gente acaba vendo um maior número de casos de câncer nas pessoas acima de 50 a 60 anos, que é a faixa etária mais comumente atingida pelas ne­oplasias malignas. Além disso, o fácil acesso ao diagnóstico das doenças, tanto no sistema público de saúde, quanto no privado, faz com que se tenha um aumento nos números de tumores”, contou.

Para o médico, é impossível pensar em combate ao câncer, sem antes pensar na elimina­ção dos fatores de risco que são comuns na maioria dos casos, independente da região. “To­das as formas de tabagismo, alcoolismo, doenças sexual­mente transmissíveis (HPV e AIDS), alimentação com em­butidos, ultra processados, ex­cesso de carboidratos, açúcares e gorduras saturadas, devem ser evitadas e substituídas por práticas de atividades físicas e hábitos saudáveis”, ressalta.

Ricardo Gama afirma que o fácil acesso ao diagnóstico faz com que se tenha um aumento nos números de tumores

Já naqueles casos em que os tumores malignos não são preveníveis (20% a 30%), ou seja, os hereditários que não estão ligados diretamente aos fatores de risco, a prevenção deve ser realizada como for­ma de conscientização. “É muito difícil prevenir algo que não tem uma prevenção concreta, mas deter e difun­dir o conhecimento, como por exemplo, o projeto ‘Pas­sos que Salvam’ do HA – que alerta a população sobre os sinais e sintomas do cân­cer infantojuvenil – é pri­mordial. O conhecimento é sempre essencial. Portanto, se você é muito jovem e teve câncer ou conhece alguém nesta situação, é preciso cha­mar atenção para um possível câncer hereditário, principal­mente, se já existe histórico familiar”, explicou.

A pandemia da covid-19 também trouxe um grande im­pacto no diagnóstico de câncer. O atraso na identificação das neoplasias malignas foi deter­minante para o aumento signi­ficativo dos números de casos da doença no Brasil. Isso por­que, as pessoas não saíam de casa e, quando saíam, era para resolver problemas pontuais relacionados à covid. Dessa for­ma, o paciente que tinha sinais e sintomas de câncer e que po­deria, em um mundo normal – sem pandemia -, procurar uma unidade de saúde, não o fez.

Tipos de câncer mais comuns
O tipo de câncer mais comum atualmente, ainda é o de pele não melanoma. Nas mulheres, o mais incidente é o de mama; nos homens, o de próstata. Para o próximo triênio, as esti­mativas apontam o câncer de intestino, ou seja, o colorretal, como sendo o segundo mais frequente. Em porcentagens, a incidência seria: câncer de pele não melanoma (31,3%), câncer de mama (10,5%), câncer de próstata (10,2%), câncer colorretal (6,5%), câncer de pulmão (4,6%) e câncer de estômago (3,1%). Além desses tipos, aparecem também o câncer de fígado – mais incidente na região Norte por conta das infecções e doenças hepáticas crônicas – e o câncer de pâncreas, mais incidente na região Sul, sendo seus principais fatores de risco a obesidade e o tabagismo.

Hospital referência no tratamento de câncer
Há mais de 60 anos, o Hospital de Amor de Barretos é referência em tratamento oncológico na América Latina, com excelên­cia em assistência, prevenção, ensino, pesquisa e inovação. Realiza um trabalho impactante sobre a importância do diag­nóstico precoce, e de outros projetos, a instituição consegue levar saúde de qualidade para a população de todo o Brasil e salvar milhares de vidas.

O Hospital de Câncer fechou o ano de 2021 com 1.015.679 atendimentos realizados a 274.683 pacientes oriundos de 2.596 municípios de todos os estados do país – um recorde de cobertura. Todos estes aten­dimentos foram realizados de forma 100% gratuita.

A instituição também foi escolhi­da, em 2000, pelo Ministério da Saúde, como o melhor hospital público do país e desde 2011 é considerada “instituição irmã” do MD Anderson Cancer Center, o maior centro de tratamento e pes­quisa de câncer do mundo. Em 2019 foi escolhido para expandir o programa de “Aliança Global”, que capacita médicos, enfer­meiros e outros profissionais da equipe multidisciplinar, tanto do Brasil quanto da América Latina.

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