Tribuna Ribeirão
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Governo oferece 7,8% a servidores

O governo propôs aos ser­vidores federais um reajuste salarial de 7,8%, ainda abaixo da inflação acumulada, além de uma recomposição de R$ 200 do auxílio-alimentação, a partir de 1º de março. A oferta foi feita na primeira reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente com as categorias da União, liderada pelo Minis­tério da Gestão.

A proposta leva em consi­deração o montante de R$ 11,2 bilhões reservado no Orça­mento deste ano para a recom­posição de rendimentos dos servidores. A pasta também prometeu que irá fazer a gestão junto ao Congresso Nacional para retirar da pauta a reforma administrativa proposta pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

O Ministério da Gestão ainda prometeu que até maio irá apresentar o calendário de discussões dos pleitos e pro­postas para 2024. As carreiras do funcionalismo federal estão sem reajuste pelo menos desde 2019, mas algumas categorias estão com o salário defasado há mais tempo, desde 2017. No ano passado, o governo Bolso­naro acenou com reajuste line­ar de 5%, mas a proposta não saiu do papel.

A proposta do governo foi enviada aos sindicatos das ca­tegorias do funcionalismo, que vão avaliá-la e discuti-la com o Ministério da Gestão em uma próxima reunião da mesa de negociação, prevista ainda para fevereiro. O secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho do ministério, Sérgio Mendonça, defendeu o aumento via vale-alimentação.

Porém, sofre resistência em setores do funcionalismo, porque o benefício não é tri­butado – logo, representa um ganho remuneratório líquido. O benefício está congelado desde 2016. O reajuste do vale considera a recomposição da inflação de fevereiro de 2016 a fevereiro de 2023.

O acumulado chega a 43,6%, com o valor do benefí­cio subindo de R$ 458 para R$ 658. “Um aumento de R$ 200 no auxílio-alimentação corres­ponde a 2% do salário de um servidor que ganha R$ 10 mil, mas corresponde a 5% para os que ganham R$ 4 mil ou a 10% de um que recebe R$ 2 mil”, declarou em nota.

O Fórum Nacional Perma­nente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) é contra o aumento do vale-alimentação com os recursos já previstos no Orçamento. “De acordo com os cálculos, se o governo usar os R$ 11 bilhões, poderia chegar a um reajuste de 9% a partir de maio”.

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