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Tomara que seja verdade que exista mesmo disco voador

Enquanto parte do mundo acompanha estarrecida as consequências dos terremotos de 6 de fevereiro, que atin­giram a Turquia e a Síria deixando um rastro de destruição e mais de 41 mil pessoas mortas, outra parte debate os incidentes com objetos voadores não identificados – Ovnis. Para eliminar as especulações a Casa Branca emitiu nota descartando que os objetos recentemente abatidos fossem extraterrestres, porém os propagadores de teorias da cons­piração não acreditam e até tem gente jurando ter visto tais fenômenos aqui no país. É claro que existe espaço para o sensacionalismo como o vivenciado com o ET de Var­ginha e o ET Bilu, não esquecendo os fanáticos religiosos alardeando o fim dos tempos.

Embora o anedotário ganhe muita projeção, também exis­tem pesquisadores sérios e no ano passado o Senado realizou sessão especial para comemorar os 75 anos do Dia Mundial da Ufologia onde especialistas do Brasil e do exterior con­firmaram a existência de vida fora da Terra. Além de apre­sentar casos de aparições não compreendidas, defenderam a abertura de documentos com registros oficiais e extraoficiais relacionados aos fenômenos.

Nossa relação com o universo extraterrestre começa na in­fância e segue até a maturidade. Uma das fontes que alimenta esse imaginário é o cinema, que sempre se interessou pelo tema e nos proporcionou enredos inesquecíveis. Começando pelos desenhos aninados até às superproduções, podemos citar: Os Jetsons, Perdidos no Espaço, Jornada nas Estrelas, Guerra nas Estrelas, Alf, O ETeimoso, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, O Predador, MIB — Homens de Preto, Inde­pendence Day e Marte Ataca, entre tantos. Destaque especial para E.T. – O Extraterrestre pedindo para telefonar para casa e seu gesto apontando o dedo indicador iluminado ao curar uma ferida ou se comunicar.

A minha geração cresceu ouvindo a música Disco Voador nas vozes de Léo Canhoto e Robertinho, Jacó & Jacozinho e até Sérgio Reis. Composta por Diogo Mulero (Palmeira) foi originalmente gravada com seu parceiro Biá em 1955. O autor começa torcendo para que seja verdade a existência de espaçonaves trazendo um povo extraterrestre capaz de trazer a paz e o amor. Também naquele tempo os líderes mundiais só pensavam em guerra e os investimentos em tecnologias bélicas eram maiores que a busca pela cura das diversas doen­ças. A letra pondera que, além de nosso planeta, o Todo-Po­deroso também poderia ter criado outros mundos e manifes­ta sua crença nos mistérios profundos. Na parte final alerta a humanidade citando provérbios como “quem planta chuva colhe tempestade”.

Deixando a nostalgia e partindo para o lado político, a recíproca troca de acusações de espionagem entre Estados Unidos e China caminha para um perigoso ensaio de uma nova versão da guerra fria, justamente em um período onde todo mundo sente os efeitos da indefensável guerra entre Rússia e Ucrânia.

Prefiro não afirmar categoricamente a inexistência de vida fora do nosso planeta. O certo é que continuamos preocu­pados com os mistérios do universo e não demandamos os esforços e recursos necessários para aplacar os problemas cotidianos como a miséria, a fome, as doenças causadas pelo subdesenvolvimento e pela exclusão social, como o Vírus de Marburg, primo do Ebola, que tem origem em morcegos e se espalha rapidamente pela Guiné Equatorial.

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