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Transporte volta para 1.500 alunos

O transporte escolar para cerca de 1.500 estudantes da rede estadual de ensino em Ribeirão Preto retorna nesta segunda­-feira, 13 de fevereiro, com dez dias de atraso – o ano letivo teve início na sexta-feira (3), mas o acolhimento de alunos e as aulas começaram no dia 6.

O problema ocorreu por­que o processo de licitação para a contratação do serviço está em andamento e a homologa­ção do contrato emergencial só ocorreu nesta sexta-feira (10). O governo do Estado recontra­tou a empresa Sertran Trans­porte, de Sertãozinho.

A viação atende a rede es­tadual e a municipal há vários anos em Ribeirão Preto. No caso do município, o contrato de prestação do serviço já está regularizado. Porém, a situação com o Estado de São Paulo só foi regularizada ontem.

A maioria dos 1.500 alunos prejudicados mora nos bair­ros Jardim Cristo Redentor, na Zona Norte, ao lado da Rodo­via Alexandre Balbo (SP-328), o Anel Viário Norte – cerca de 400 alunos –, e na Fazenda da Barra, na região do Complexo Ribeirão Verde, Zona Leste da cidade – os demais 1.100 estudantes.

A maioria dos alunos preju­dicados estuda nas escolas esta­duais Fábio Barreto, Amélia dos Santos Musa e Francisco Bon­fim. De acordo com Adélia Ma­ria Rodrigues, conselheira fiscal da Associação de Moradores do Jardim Cristo Redentor, o po­pular “Pacaembu”, havia mais de 20 dias que ela vinha acom­panhando a negociação.

Os deputados do PSD Ra­fael Silva (estadual) e Ricardo Silva (federal) já haviam levado o assunto ao governo do Estado, pedindo que o problema fosse re­solvido de maneira urgente. O di­retor de transportes da secretaria, Sergio Almeida, por meio de sua assessoria, disse que o contrato emergencial tem duração de 180 dias, prazo suficiente para que uma nova licitação seja realizada.

O Grupo de Atuação Espe­cial de Educação, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), instaurou inquérito civil para apurar a falta de transporte es­colar para estudantes da rede estadual, em Ribeirão Preto. O promotor responsável pela medida é o coordenador do Geduc, Naul Felca.

“O atraso na homologação vai comprometer o ano letivo destes estudantes e o Estado precisa agilizar isso”, afirma Adélia Maria Rodrigues. Se­gundo Naul Felca, o atraso na licitação deveria ter sido evita­do pelo Estado. “É bom que a população esteja orientada que intercorrências em uma licita­ção podem haver”, diz.

“O problema é como o ente público lida com isso e tenta antecipar os prejuízos”, emenda. “Estamos cobrando quais estra­tégias pedagógicas vão ser ado­tadas por conta da ausência das aulas presenciais”, diz o promo­tor coordenador do Grupo de Atuação Especial de Educação.

Ele ressalta a importância das atividades presenciais. “Há uma necessidade premente das aulas presenciais. É um ferra­mental poderosíssimo estar presente junto ao professor e ao convívio social do que isso representa, para o enriqueci­mento da pessoa e seu acultu­ramento”, completa.

Segundo a empresa Sertran, o transporte dos alunos da rede estadual na cidade envolve 44 veículos, entre ônibus, micro­-ônibus e vans. Têm direito ao transporte crianças com idades entre 6 e 12 anos, que residam há mais de dois quilômetros de distância da escola .

Os estudantes devem ter ob­tido o direito ao transporte gra­tuito após análise da escola ou da rede à qual estejam ligados. No caso da rede municipal de ensino, são utilizados 49 veícu­los para o transporte de cerca de 1.500 estudantes.

Durante a semana, a Secre­taria de Educação do Estado de São Paulo informou, em nota, que “o processo de licitação para a contratação do serviço de transporte está em andamen­to”. Também cita a contratação emergencial efetivada pela Dire­toria de Ensino de Ribeirão Pre­to e diz que as faltas não serão computadas e nenhum estudan­te será prejudicado.

E prossegue: “As escolas têm autonomia para elaborar planos de reposição de aula, quando necessário, além de con­tarem com o Centro de Mídias (CMSP) para a oferta de aulas online. Vale destacar que a pri­meira semana de aula se destina às atividades de acolhimento.” Em Ribeirão Preto, a rede es­tadual conta com 83 escolas e 55.000 estudantes dos ensinos fundamental e médio.

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